InícioMUNDOCâmara dos EUA aprova lei que abre caminho para jovens imigrantes conseguirem...

Câmara dos EUA aprova lei que abre caminho para jovens imigrantes conseguirem cidadania

A Câmara dos Representantes aprovou nesta quinta-feira (18) uma lei de imigração para viabilizar a cidadania para os “dreamers” — nome dado aos jovens que chegaram aos Estados Unidos como menores de idade. Para seguir adiante, o texto precisa de aprovação no Senado, onde deverá encontrar resistências.

O projeto, apoiado pelo governo de Joe Biden, foi aprovado por 228 votos a favor e 197 contra na Câmara, onde os democratas têm maioria. Nove legisladores republicanos votaram a favor. Outra iniciativa, sobre trabalhadores agrícolas, também recebeu aprovação.

No entanto, ambas enfrentam um cenário complicado no Senado, pois precisam do apoio dos republicanos em um momento em que a oposição denuncia uma crise na fronteira com o México por causa do aumento na chegada de migrantes.
Foto de 3 de março de 2021 do órgão de proteção das alfândegas e fronteiras dos EUA mostra buraco na cerca da fronteira com o México — Foto: US Customs and Border Protection via AP

Essas leis têm forte apoio de Biden, que prometeu a reforma da imigração para dar a 11 milhões de imigrantes sem documentos um caminho para a cidadania.

Nesta quinta-feira, a Casa Branca afirmou que a lei para proteger os “dreamers” é “um marco decisivo no caminho para dar um alívio tão necessário a milhões de pessoas sem documentos que consideram os Estados Unidos como seu lar”.

Saiba mais sobre os ‘dreamers’

Soldado mexicano vigia migrantes de Honduras que tentaram chegar ao México pelo rio Suchiate, na fronteira com a Guatemala, em foto de 2020 — Foto: Marco Ugarte/AP Photo

Soldado mexicano vigia migrantes de Honduras que tentaram chegar ao México pelo rio Suchiate, na fronteira com a Guatemala, em foto de 2020 — Foto: Marco Ugarte/AP Photo

A história dos “dreamers” é repleta de avanços e retrocessos na última década, sem nunca ter-se chegado a uma solução no âmbito legislativo para esses jovens, em sua maioria latino-americanos.

Em 2012, o presidente democrata Barack Obama concedeu-lhes o status de proteção por meio de uma ação executiva que estabeleceu a Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA), um decreto que lhes permitiu estudar, trabalhar, dirigir e protegê-los da ameaça de deportação.

Porém, o presidente republicano Donald Trump cancelou esse status, dando lugar a uma longa batalha judicial que terminou na Suprema Corte, que no último ano decidiu contra a forma como o programa foi anulado.

O decreto de Obama de 2012 beneficiou cerca de 700 mil jovens, mas atualmente milhões de pessoas se qualificariam para essa regularização.

Parlamentares se posicionam

“Estou muito entusiasmada com o fato de que hoje a Câmara está dando um passo importante para acabar com o véu de medo e incerteza que tem atormentado a vida de nossos ‘dreamers’ por tanto tempo”, disse, antes da votação, a deputada democrata que promove a iniciativa, Lucille Roybal-Allard.

Steve Scalise, o líder dos republicanos na Câmara dos Deputados, pediu que sua bancada votasse contra a lei, afirmando que “pioraria o fluxo de ilegais” para os Estados Unidos.

O congressista democrata Adriano Espaillat relembrou sua história pessoal como imigrante sem documentos.

“Fui um imigrante sem documentos. E sou um produto do sonho americano. É por isso que vou votar para garantir esse sonho para a nova geração”, disse.

Essa lei também prevê conceder um caminho de cidadania aos beneficiários do Status de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês), programa que oferece proteção a pessoas de países que sofrem com conflitos armados, desastres ambientais, como furacões ou terremotos, ou situações catastróficas, como epidemias.

Paralelamente, os democratas estão votando uma lei para dar um status legal e um caminho de cidadania aos trabalhadores agrícolas.

O deputado democrata Raúl Ruiz defendeu que esses trabalhadores essenciais são infectados e morrem da Covid-19 em taxas muito maiores do que a população em geral.

“Eles literalmente morrem para nos alimentar”, ressaltou.

Fonte: G1

+ LIDAS

Proclamação da República.

+