Ao longo das última semanas, os mananciais do Estado se elevaram e isso fez com que milhares de famílias tivessem de deixar suas residências e passassem a viver sob tutela do poder público.
Além das inundações, o Acre também enfrenta, ao mesmo tempo, o avanço vertiginoso da pandemia e os surtos de dengue e malária.
Em meio a esse cenário de caos, o lado solidário e humano dos cidadãos aflora e iniciativas surgem para amenizar a dor dos que são diretamente afetados por essas crises. Um exemplo disso é a criação da Campanha Juruá Solidário que vem dando toda a assistência a abrigados vítimas das alagações.
No programa, as escolas tornaram-se abrigos e cada unidade conta com uma coordenação que direciona as ajudas às famílias. Mas, o trabalho desses coordenadores vai além gerir os necessitados, eles também usam da criatividade para diminuir a dor e a angústia dessas pessoas.
Na Escola Maria Lima de Souza, o coordenador do abrigo Luis Labiac planejou e executou, em parceria com Eliane Pérez e integrantes da Secretaria de Cultura, um workshop de maquiagem e um desfile às crianças que, no momento, ali residem. A atividade envolveu 11 famílias e contou com a presença e ajuda dos vencedores rei e rainha do Festival da Farinha da edição 2019/2020. Os jovens Luiz Muru e Kétila Castro treinaram os meninos e participaram, juntamente com as mães das crianças, do juri para a escolha dos vencedores.
“É fato que o poder público oferece toda a assistência aos abrigados. Mas, é preciso trazer mais humanidade a essas pessoas de forma que elas possam ocupar mais o seu tempo. Pensando nisso, a gente tenta preencher esse momento livre com brincadeiras e atividades lúdicas. Foi quando nos veio veio a ideia de realizar o workshop e o desfile. Fizemos o convite aos vencedores do último festival da Farinha e eles, de imediato, aceitaram. Após a culminância da ideia, vi que chegamos ao objetivo de fazer com que essas pessoas sintam-se mais amadas”, disse Luis Labiac.
O coordenador do abrigo diz, ainda, que grande era a expectativa dos abrigados em conhecer os jovens Luiz Muru e Kétila Castro. “Eles não queriam sequer saber do prêmio, desejam mesmo era participar do evento e se distrair”, reforça.
O evento teve como vencedores as crianças Pâmela Lima, 7 anos, e Luiz Henrique de 9 anos.
“Eu me senti muito feliz. Fui preparada pela rainha da farinha e depois que ganhei, que coloquei a faixa, me senti toda importante”, conta, satisfeita, a miss mirim do abrigo Pâmela Lima.
Cada ganhador recebeu um prêmio simbólico com qual alimentaram, ainda mais, seus sonhos de criança.