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Estudo com moradores de Wuhan, primeiro epicentro da pandemia, reforça necessidade de vacinas

Um estudo feito em Wuhan, cidade da China onde os primeiros casos de Covid-19 foram relatados ainda no fim de 2019, mostra que a infecção pelo novo coronavírus confere imunidade relativamente duradoura em cerca de 40% dos casos.

Ainda assim, como nem todos os infectados adquirem essa proteção, os autores reforçam reforça a necessidade da vacinação como maior medida para combater a pandemia.

Segundo artigo publicado nesta quinta-feira (18) na revista científica “Lancet”, os pesquisadores identificaram que 6,92% da população de Wuhan desenvolveu anticorpos contra o SARS-CoV-2, o vírus causador da Covid-19.

Desse total, 39,8% registraram anticorpos neutralizadores que permaneceram ao longo dos nove meses do estudo. Isso sugere, segundo o estudo, uma proteção duradora. No entanto, como a pandemia ainda é relativamente recente, não dá para concluir que apenas a imunidade conferida pela infecção seja capaz de conter a epidemia.

A pesquisa foi feita com 9,5 mil pessoas de 3,6 mil lares em Wuhan, com análises dos exames em três momentos diferentes: em abril (logo depois do fim do lockdown na cidade), junho e no último trimestre do ano passado.

Os cientistas apontam razões para reforçar a necessidade da vacinação e do isolamento neste momento de pandemia para reduzir a curva de contágio. Uma delas é que a análise dos pacientes em Wuhan mostra que até 80% dos que contraíram a doença não apresentaram sintomas, embora fossem capaz de transmitir o coronavírus.

Além disso, as pessoas com a forma assintomática da Covid-19 não costumam gerar uma reposta imunológica robusta para que o próprio corpo tenha uma memória na defesa da doença — o que explicaria, em parte, porque nem todos tiveram os anticorpos detectados nesses nove meses.

“Mesmo no epicentro da pandemia, com mais de 50 mil casos confirmados em 8 de abril de 2020, a soroprevalência estimada permanece baixa, sugerindo que vacinações serão necessárias para promover a imunidade coletiva”, dizem os pesquisadores, no artigo.

 

Primeiro epicentro da pandemia

Os primeiros casos de Covid-19 foram relatados em Wuhan em dezembro de 2019. Embora não se possa afirmar que o vírus tenha saltado para seres humanos lá, o primeiro surto documentado da doença ocorreu entre pessoas que visitaram ou trabalhavam em um mercado da cidade.

Logo em janeiro, as autoridades impuseram um lockdown — o primeiro grande isolamento causado pelo novo coronavírus. Além disso, gigantescos hospitais de campanha foram concluídos em dias para dar conta da demanda hospitalar.

Em questão de semanas, os novos casos caíram e a cidade conseguiu controlar a epidemia. Mas não impediu que o vírus circulasse em outras partes da China e, posteriormente, do mundo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda tenta descobrir como o vírus SARS-CoV-2 chegou ao ser humano, e mandou uma delegação a Wuhan para recolher mais dados.

Fonte: G1

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