Duarte disse que o uso da máscara é altamente negligenciado pelas pessoas. Já segundo Zen, a principal demanda é de pessoal. “Faltam profissionais porque todos estão muito exaustos após um ano de intensos plantões. A segunda demanda mais comentada é oxigênio. A maioria das unidades opera no limite com esse insumo”, relatou Zen.
A terceira maior reivindicação é a questão do transporte de pacientes. Há falta de ambulâncias em praticamente todos os municípios. Por último, disse Zen, as unidades clamam por reforma, melhoria estrutural.
O deputado Gerlen Diniz (PP) pediu que servidores da segurança pública sejam igualados aos da saúde na priorização de vacina contra Covid-19.
De sua parte, o deputado Cadmiel Bonfim (PSDB) disse que é a ambulância de Rodrigues Alves que está ajudando a atender os pacientes de Feijó.
O deputado Neném Almeida destacou o bom estoque de medicamentos nas farmácias, mas informou que existem poucos profissionais nas unidades. “O que atende a pacientes de Covid-19 é o que cuida dos demais doentes”, disse Neném.
O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) realçou dois aspectos: um ano de Covid-19 no Acre e a necessidade de medidas mais duras.
Já o progressista deputado José Bestene pede interlocução junto aos órgãos de controle para reposição de servidores nas unidades sem o risco de cobranças futuras por conta da responsabilidade fiscal. A emedebistas, deputada Antônia Sales disse que a iniciativa dos deputados visa ajudar o governo a atender melhor a população neste momento difícil.
O líder do governo na Aleac, Pedro deputado Longo, disse que há unanimidade entre os deputados em apoiar as medidas de enfrentamento ao novo coronavírus.
Em resposta as demandas, o governador Gladson Cameli disse que estava assustado com a situação e que iria encaminhar as demandas propostas. “Onde passo falo do apoio que a Assembleia Legislativa. Muitas vezes não chega aos seus ouvidos o quanto sou grato pela Assembleia que temos”, disse, reconhecendo que às vezes o governo falha na comunicação.
“Peguei o vírus e não acreditava que isso fosse acontecer”, relatou. “Hoje compreendo o quanto abala o sistema nervoso. Quando deito a cabeça no travesseiro e não vejo a hora desse pesadelo passar”, comentou.
Cameli ressaltou que os governadores do Nordeste sempre estão unidos e às vezes os do Norte perdem tempo. “Quando afirmei que estou pronto para comprar a vacina tenham certeza que estou pronto”, disse. “Não faltam atravessadores chegando a mim com facilidades. Teve um que pediu R$ 300 a dose”, relatou.
“Eu já disse ao governador Flávio Dino que nós vamos comprar. Não sou cientista, eu estou aprendendo e garanto para vocês se tiver que parar obra para comprar vacina eu vou fazer”, disse. Ele concorda com o relato de que os servidores da saúde estão exaustos e não aguentam mais.
Sobre a reforma dos hospitais, o governador diz que é uma grande dificuldade que o poder público enfrenta com as empresas. Quanto ao oxigênio o governador disse que o Estado também ajuda a rede privada.
Gladson disse que tem feito das tripas coração para enfrentar a Covid-19. Antecipando-se ao que virá, ele tem adotado diferentes de medidas e citou as grandes campanhas para ajudar o Acre.
Ele concorda que o governo deve conversar com a Polícia Federal e Ministério Público Federal sobre a investigação contra médicos no Hospital do Juruá, os quais abriram mão dos plantões temendo ação judicial.
O governador reafirmou que irá comprar 2 milhões de doses da vacina e espera apenas que haja disposição do produto no mercado. Sobre contratação de pessoal, ele deve priorizar a área de saúde, especialmente no interior. “Peço que a comissão não pare”.
O secretário Alysson agradeceu a iniciativa da Aleac em ajudar no combate à pandemia. Ele concordou que os profissionais da saúde tem exaustivamente atendido a população e o quantitativo atual está sobrecarregado. “Avançamos na contratação temporária mas temos dificuldade em fixar o profissional no interior e de recursos”, disse. Cerca de 1.000 contratações de médicos e outros profissionais de saúde já foram feitas nesta pandemia.
Sobre o oxigênio, a Sesacre produz relatório diário sobre a capacidade de atender na rede pública -tanto para os pacientes de Covid-19 como aos demais doentes. “Diante do alto consumo e visto que a rede privada já se encontrava em colapso, fizemos reunião e ajudamos essa rede para sustentar a atividade Covid-19″, explicou, completando que parcerias foram formalizadas com o Ministério da Saúde e organizações da sociedade civil para manter o oxigênio. “Já temos 110 cilindros para atender o interior e na semana que vem chegam mais 107 cilindros”, disse, informando que a rede privada já comprou vários cilindros no Acre. Do que tem, o consumo é de 50%.
No Into, a usina foi ampliada em três vezes, e novas usinas foram implantadas e ampliadas. Adequações estão em andamento para implantar outras.
As ambulâncias tem processo de compra em andamento –mais 28 novas ambulâncias, sendo 10 para o SAMU que em breve estarão operantes.
Das vacinas, o Acre está junto com o consórcio do Nordeste e faz parte do consórcio do Norte, e há documento em preparação visando incluir o Estado nas grandes compras. Assim, o Estado irá comprar do consórcio do Nordeste também.
Gerlen Diniz voltou a cobrar prioridade aos profissionais da segurança pública na vacinação e o lockdown. “Há uma previsão sim de medidas mais restritivas devido ao aumento do número de casos e óbitos”, respondeu Alysson. Quanto a vacina aos policiais, o secretário disse que tem de ser formalizado um pacto entre os municípios.
Fonte: AC 24 Horas