Um menino indígena de 3 anos, da etnia Yanomami, morreu com suspeita de malária e pneumonia. A informação foi confirmada pelo Conselho de Saúde Indígena Yanomami.
A morte teria ocorrido na quarta-feira (17/11). A etnia, que vive na divisa do Amazonas com Roraima, atravessa um surto de malária e sofre com a desnutrição. Esse é mais um capítulo da crise que vive a etnia.
Na quarta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, deu cinco dias para governo federal prestar esclarecimentos sobre a situação na região.
A decisão do magistrado ocorreu após ação impetrada pelo líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em 15 de novembro. A ação ocorre após denúncias de negligência da atual gestão no atendimento à comunidade indígena.
Reportagem do Fantástico, da TV Globo, revelou que os povos tradicionais indígenas sofrem com o abandono e a inação do Executivo federal no combate aos garimpos ilegais, que ameaçam a sobrevivência e a continuidade das comunidades indígenas da Amazônia.
O telejornal mostrou a situação precária na maior reserva indígena do país: crianças desnutridas, doentes e sem atendimento médico.
A invasão ilegal das terras tem alterado a rotina dos indígenas. Com rios e lagos poluídos pela ação dos garimpeiros, os povos originários enfrentam dificuldades para conseguir caçar e pescar – práticas que asseguram a alimentação das comunidades locais.
Um levantamento do Ministério Público Federal (MPF) mostra que 52% das crianças de até 12 anos estão desnutridas. Nas comunidades mais isoladas, como a de Xaruna, a desnutrição atinge mais de 80% delas.
A taxa de mortalidade é a pior das comunidades indígenas do Brasil. Nos últimos dois anos, a Reserva Yanomami teve 44 mil casos de malária, quase metade de todos os casos registrados entre os povos indígenas neste período.
MPF cobra ação
O MPF cobrou do Ministério da Saúde um plano de reestruturação de atendimento que reforce a assistência à saúde das populações indígenas Yanomami.
As unidades do MPF em Roraima e na Amazônia têm mais de 20 ações sobre ataques de garimpeiros, omissão de socorro e morte de indígenas. A intenção é conseguir uma ampliação no quadro de profissionais que atendem na saúde Yanomami.
O MPF recomenda ainda auditoria nas contas do distrito sanitário que cuida da saúde dos indígenas na Amazônia.
via: Metrópoles