A agência dos Correios de Senador Guiomard, interior do Acre, retirou o setor de Distribuição e Entregas de Encomendas e Correspondências da cidade. Agora, esse serviço será feito pelos carteiros da capital acreana, Rio Branco, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Acre (Sintect-AC).
A presidente do Sintect-AC, Suzy Cristiny, explicou que os carteiros da capital não conhecem bem os endereços de Senador Guiomard e isso deve prejudicar as entregas na cidade. A agência do interior continuará aberta para postagem.
A reportagem entrou em contato com os Correios e aguarda retorno.
“O endereçamento em Senador Guiomard é irregular, que é uma questão que precisa ser resolvida futuramente pelo município. Os carteiros que estão lá conhecem o município, são de lá, no interior todo mundo se conhece. Agora, estão lotados em Rio Branco e vão ficar trabalhando em Rio Branco”, disse.
Outro problema com a mudança, segundo a sindicalista, é a transferência dos carteiros do interior para a capital. Suzy criticou o fato de os trabalhadores agora precisarem se deslocar para Rio Branco para entregar as correspondências dos moradores da capital.
“Existe também a desumanidade no sentido de que a pessoa mora lá [no interior] ter que se deslocar para Rio Branco, passar o dia lá, porque não dá tempo de ir em casa almoçar, tomar um banho. Todo mundo sabe que o sol no estado é escaldante”, criticou.
A mudança seria uma centralização dos serviços pequenos feitos em cidades do interior para a capital do estado. “Não adianta pensar em economia se a qualidade vai cair. Do que adianta lucros se não tem qualidade. São algumas questões que levantamos”, reclamou.
Busca em Rio Branco
Outra ponto levantado pelo sindicato é sobre as correspondências não entregues quando o endereço não é achado ou o morador não é encontrado. Nesses casos, Suzy conta que a entrega volta para o Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) da capital, é feito um processo de encaminhamento da encomenda para o atendente do interior para que o morador faça a retirada.
Contudo, ela diz que esse processo pode demorar e o morador, algumas vezes, terá que se deslocar até a capital – percorrer cerca de 27 quilômetros entre as duas cidades – para pegar uma correspondência.
“Isso não será algo imediato, vai demorar, pelo menos uns três dias para retirar. Já questionamos administrativamente que isso não daria certo. Só que não deram ouvido. Vamos lançar um abaixo-assinado em Senador Guiomard para que se regularize essas entregas e sejam feitas pela distribuição de lá com os carteiros que têm lá. Evitar problemas para os clientes”, concluiu.
POR G1-AC