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Internautas se mobilizam para ajudar ambulante do AC que se afastou das ruas por problemas de saúde

José Murilo, de 66 anos, trabalha como ambulante na Avenida Ceará, em Rio Branco. Seu produto é uma das iguarias mais consumidas no Acre: a banana frita, também chamada popularmente de “bananinha”. Porém, devido a um tratamento de hérnias, foi recomendado pelo médico a se afastar do trabalho para não prejudicar a saúde, até fazer uma cirurgia.Internautas se mobilizam para ajudar ambulante do AC que se afastou das ruas por problemas de saúde   — Foto: Reprodução/Facebook

Acostumado a ficar até às 23h trabalhando, ele se vê agora longe dos clientes e dos colegas. “O médico mandou eu sair de lá porque podia dar problema na hérnia no meio da rua, aí era melhor eu aguardar a cirurgia em casa. Desde agosto eu tô na regulação, agora que tô sendo chamado para fazer os primeiros exames, daqui 20 ou 30 dias deve sair a cirurgia”, conta.

Solidariedade

 

O idoso, que mora sozinho, tem as vendas como a única fonte de renda. Com o afastamento, ele passou a enfrentar dificuldades financeiras, e tem contado com a solidariedade de amigos e clientes que costumam encontrá-lo na rua.

Essa solidariedade resultou em uma campanha que mobilizou a web nos últimos dias. De acordo com Murilo, tudo começou com um amigo dele, que, comovido com a situação do vendedor, colocou uma faixa na Avenida Ceará pedindo doações. Alguns dos internautas afirmam já terem visto José Murilo trabalhando até tarde e incentivam as doações.

“Uma campanha que fizeram outro dia, eu arrecadei 300 reais. E um amigo meu da juventude, que eu arrumei um emprego pra ele, ele é muito grato até hoje e colocou um banner com a minha foto e meu pix”, destaca.

‘A vida é pra quem luta’

 

“Sou grato, muito grato. 4 anos na rua, é como se fosse uma família. Sou muito grato a essas pessoas”, diz. José Murilo reconhece que a situação é difícil, mas que não vai desistir e vai seguir as recomendações médicas, que ainda deverão mantê-lo afastado do trabalho após a cirurgia.

“Não vou forçar a barra porque vou me prejudicar. Eu fiz uma cirurgia de hérnia em 2019 e não ouvi o médico, e foi uma imprudência muito grande. Agora são três hérnias. O risco não é a cirurgia, é a anestesia, pode deixar sequela. E aí é melhor fazer tudo de uma vez”, explica.

E com as doações, ele vai tentando se manter até estar saudável e pronto para o trabalho. Ele afirma que, mesmo diante da dificuldade financeira, o que realmente faz falta no momento é o contato com o público, de amigos vendedores e clientes.

“Espero conseguir trabalhar, porque é o que eu sei fazer, principalmente pela interação com as pessoas. As pessoas me elogiam muito, me chamam de guerreiro, isso ajuda muito a cabeça da gente. Muita gente gosta de mim, quando eu tô lá trabalhando eu ganho sacolão, a maioria fica lá até 6 e meia, 7 e meia, e eu não fico até tarde. Deus abençoa a quem trabalha. A vida é pra quem luta”, conclui.

POR G1-AC

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