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Policial federal que matou jovem durante briga em boate no AC é absolvido e MP vai recorrer

Após três dias de julgamento, os jurados decidiram pela absolvição do policial federal Victor Campelo, que matou com um tiro o estudante Rafael Frota em 2 de julho de 2016. O júri popular ocorreu na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar, em Rio Branco. No primeiro dia, testemunhas foram ouvidas, no segundo dia o policial foi interrogado e, nesta quinta-feira (26), houve os debates orais entre defesa e promotoria.

Antes de ler a sentença, o juiz Alesson Braz, destacou que o uso da arma por agentes de segurança em boates e somado com bebida alcoólica precisa ser melhor debatido. Depois disso, leu a decisão do conselho de sentença, que absolveu o policial federal do homicídio de Rafael e tentativa de homicídio contra Nelciony Patrício, também envolvido na confusão.

O advogado de defesa, Wellington Silva, disse que já esperava a absolvição e comemorou a decisão do júri.

“Representa tudo aquilo que a gente acredita desde o começo. Tudo aquilo que a gente apresentou diante das vastas provas que existiam nesse processo, então a verdade foi uma só do início ao fim e, graças a Deus, os jurados souberam concluir pela absolvição do Victor”, disse sobre a decisão dos jurados.

Já o promotor Teotônio Rodrigues disse que o Ministério Público vai recorrer da decisão. “Iremos recorrer dessa sentença, com base no artigo 593 inciso II, porque no entendimento do Ministério Público a decisão foi manifestamente contrária às provas dos autos, entendemos que o caso não foi legítima defesa”, destaca.

Neide Frota, mãe de Rafael, caiu no choro ao ouvir sobre a absolvição de policial federal — Foto: Reprodução

Neide Frota, mãe de Rafael, caiu no choro ao ouvir sobre a absolvição de policial federal — Foto: Reprodução.

Falas fortes

 

Um dos depoimentos mais esperados era da mãe da vítima, Neide Frota. Durante seu depoimento, ela relembrou como sua vida virou de cabeça para baixo após a morte do filho. Atualmente, ela e o marido não moram mais em Rio Branco.

“Eu dormi e acordei sem um filho. Isso acabou com a minha vida, com a vida do pai dele. Tive que contar pra minha mãe que o neto dela foi assassinado. Ela quase morreu, porque já é idosa. Hoje eu me acho mais forte, vou até o fim pelo meu filho.”

 

Antes mesmo de iniciar o julgamento, a professora disse que não acreditava na condenação de Victor Campelo. Ao ouvir a sentença, Neide saiu do tribunal sem falar com a imprensa.

Victor Campelo, policial federal, se emocionou várias vezes durante o julgamento — Foto: Victor Lebre/g1

Victor Campelo, policial federal, se emocionou várias vezes durante o julgamento — Foto: Victor Lebre/g1

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