Após o registro de focos de mosca-da-carambola no Pará e a declaração de emergência fitossanitária publicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em quatro estados da região Norte, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) intensificou as ações de prevenção no estado. O governo do Acre informou que o estado não tem ocorrência da praga.
Ao longo desta semana, o instituto realiza a “Caravana de Prevenção da Mosca da Carambola” no estado acreano, com ações educativas sobre a prevenção da praga. As atividades incluem reuniões técnicas, palestras em escolas de ensino fundamental e médio e distribuição de materiais educativos em feiras municipais.
Segundo o Idaf, mesmo sem ocorrência da praga no estado, o Acre atua na fiscalização. Desde 2020, o órgão faz o monitoramento com 40 armadilhas estrategicamente distribuídas em 18 municípios do estado.
A coordenadora estadual do programa de combate ao inseto, Gabriela Tamwing, informou que a equipe técnica do órgão faz inspeções a cada 14 dias nessas armadilhas que são equipadas com iscas tóxicas, além das ações de educação sanitária vegetal, conscientizando a população sobre os riscos de entrada e dispersão da praga.
“Recomendamos que a população não transporte frutos hospedeiros de estados de ocorrência e que compartilhe essas informações, para evitar que a mosca da carambola chegue em nosso estado. Em casos de suspeita, deve-se imediatamente notificar o Idaf”, orientou em site oficial.
Mosca-da-carambola é a principal ameaça à manutenção dos mercados de exportação da fruticultura, segundo Mapa — Foto: Danilo Nascimento/Embrapa
De acordo com o Mapa, o Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo e a mosca-da-carambola é a principal ameaça à manutenção dos mercados de exportação já estabelecidos e em constante expansão da fruticultura.
No último dia 13, o Mapa publicou a Portaria nº 627, que declara estado de emergência fitossanitária nos estados do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima. No entanto, segundo o ministério, atualmente, a praga está presente apenas nos estados do Amapá, Pará e Roraima.
O estado do Acre, onde não há registros da mosca, é classificado pelo Mapa como de risco médio de entrada e dispersão da praga.
A praga Bactrocera carambolae (mosca-da-carambola) causa danos não apenas na carambola, mas em diversas outras frutas como goiaba, acerola, tangerina, caju, pitanga, entre outras.
Combate nos estados
Em abril, a Portaria nº 780 declarou Roraima área sob quarentena. “O status implica na proibição do trânsito de frutos hospedeiros da praga para os outros estados”, informou o Mapa.
Conforme o ministério, no Pará, há recentes detecções de novos focos da praga nos municípios de Oriximiná e Terra Santa, localizados em uma região de altíssimo fluxo de pessoas e mercadorias. Os registros, segundo o Mapa, indicam “iminente risco de dispersão da praga para as demais unidades da Federação sem ocorrência e, em especial, para os principais polos frutícolas do Brasil”.
Ainda de acordo com o ministério, o Amazonas foi incluído na condição de emergência fitossanitária em função dos focos detectados em região próxima à fronteira com o Pará. “Bem como ao elevado fluxo de viajantes e produtos provenientes de Roraima”, disse o órgão.
Por: G1 Acre