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Dólar recua e fecha a R$ 4,86, após inflação abaixo do esperado nos EUA; Ibovespa tem maior nível em mais de dois anos

O dólar encerrou a sessão desta terça-feira (14), pré-feriado, em queda, na medida em que investidores repercutiam a divulgação da inflação de outubro nos Estados Unidos, que teve variação nula, abaixo do projetado pelo mercado.

O resultado era bastante aguardado pelos investidores porque pode dar sinais mais claros sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em relação ao futuro dos juros no país.

No cenário doméstico, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o volume de serviços em setembro. Naquele mês, o setor no Brasil caiu 0,3%.

Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em forte alta na última hora do pregão.

Dólar

Ao final da sessão, o dólar recuou 0,95%, cotado a R$ 4,8614, renovando o menor patamar desde setembro. Na mínima do dia, chegou aos R$ 4,8481.

No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,14%, depois de oscilar bastante durante o dia, vendida a R$ 4,9078. Com o resultado, passou a acumular quedas de:

  • 1,08% na semana;
  • 3,56% no mês;
  • 7,89% no ano.

Já o Ibovespa subia registrava forte alta na última hora de pregão, alcançando o maior patamar desde agosto de 2021.

O movimento também vinha apoiado na valorização das ações da Vale, empresa com maior peso na composição do índice. Nesse caso, os papéis eram beneficiados pelo avanço nos preços do minério de ferro no exterior.

Na véspera, o índice fechou com leve queda de 0,13%, aos 120.410 pontos. Com o resultado, passou a acumular:

  • recuo de 0,13% na semana;
  • alta de 6,42% no mês;
  • avanço de 9,73% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

O grande destaque do dia ficou a divulgação da inflação dos Estados Unidos, que teve variação nula em outubro. O número representa uma desaceleração em relação à alta de 0,4% vista em setembro e veio abaixo das expectativas do mercado, de alta de 0,1%.

Especialistas explicam que esse dado é muito aguardado porque deve servir como um direcionador para as próximas tomadas de decisão do Fed.

Em sua última reunião, na semana passada, o Fed optou por manter as taxas de juros entre 5,25% e 5,50% ao ano. No entanto, o presidente da instituição, Jerome Powell, já destacou que novas altas nos juros podem ser necessárias para trazer a inflação de volta à meta, de 2% em 12 meses, e disse que um ciclo de queda nas taxas ainda está longe.

Segundo o banco norte-americano Goldman Sachs, o Fed só deve começar a cortar os juros no quarto trimestre de 2024. Até lá, os títulos públicos dos Estados Unidos, considerados os mais seguros do mundo, continuam chamando a atenção dos investidores por suas altas rentabilidades, o que leva a uma migração do capital estrangeiro para o país.

As ações europeias fecharam em alta e tocaram o maior nível em um mês nesta terça-feira. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 1,34%, a 452,60 pontos. As ações imobiliárias, que são mais sensíveis aos juros saltaram 7% e atingiram seu patamar mais alto desde março.

No Brasil, o destaque ficou com o volume do setor de serviços, que caiu 0,3% em setembro. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta manhã. As expectativas eram de uma alta de 0,4%.

O noticiário corporativo também segue no radar dos investidores. Além da temporada de balanços referentes ao terceiro trimestre deste ano, ainda repercutiu no mercado a informação de que a Magazine Luiza identificou incorreções em lançamentos contábeis de bonificações a fornecedores, o que levou à reapresentação de suas demonstrações financeiras.

A varejista afirmou que as incorreções foram identificadas no âmbito de apurações internas, junto a TozziniFreire Advogados e à PwC, após denúncia anônima mais ampla, e que não se confirmou, em março deste ano.

A empresa ainda disse que essas incorreções decorrem das chamadas notas de débito — documento utilizado para o reconhecimento contábil das receitas de bonificações a fornecedores.

Segundo a companhia, algumas notas de débitos foram emitidas e assinadas por fornecedores “sem observar com precisão as obrigações de desempenho — as quais variam de acordo com as especificidades de cada negociação — em momento específico no tempo.”

Em função disso, a empresa informou que realizou a correção dos lançamentos contábeis correspondentes, refletidos nas demonstrações financeiras do terceiro trimestre divulgadas nesta segunda-feira.

A medida refletiu em uma redução acumulada no patrimônio líquido de R$ 829,5 milhões sobre o valor do fim de junho deste ano, líquido de impostos e sem impacto no fluxo de caixa.

A varejista registrou lucro líquido de R$ 331,2 milhões no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 190,9 milhões no mesmo período do ano anterior, informou a empresa nesta segunda-feira (13).

Na versão ajustada, que desconsidera eventos não recorrentes, a varejista teve prejuízo líquido de R$ 143,4 milhões. Analistas, em média, esperavam prejuízo líquido de R$ 154,1 milhões, com base em dados da LSEG.

 

Por: G1

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