Na manhã desta quinta-feira (12), alunos do Instituto Santa Terezinha promoveram uma manifestação dentro da escola para chamar a atenção das autoridades sobre o crescente impacto das queimadas na região. A ação teve como objetivo sensibilizar as autoridades sobre a gravidade da situação e a necessidade de medidas mais rígidas para combater as queimadas, que estão prejudicando a qualidade do ar e a saúde da população.
A diretora da instituição, irmã Maria Fernanda Feitosa, destacou que a fumaça causada pelas queimadas tem atingido níveis alarmantes, chegando até mesmo a afetar o ambiente escolar. “O nosso principal objetivo é que as autoridades tomem medidas mais rígidas em relação às queimadas que estão acontecendo. Sabemos que o problema é em todo o Brasil, mas principalmente em nossa região. Ontem, os alunos chegaram à escola e o ar estava muito pesado devido à fumaça. Queremos que os alunos permaneçam na escola, pois não podemos fechar os olhos para essa realidade. A escola não pode ser prejudicada, ela deve permanecer aberta. Lutamos pela vida e pela conscientização da sociedade e dos governantes para que tomem atitudes mais firmes em relação a essa situação”, afirmou a diretora.
A coordenadora da escola, Lindomar Soares, também expressou preocupação com os efeitos das queimadas na saúde da população. Segundo ela, o ar se tornou “inrespirável”, obrigando os moradores a usarem máscaras para se proteger. Durante o protesto silencioso, máscaras foram distribuídas aos alunos e funcionários como forma de precaução. “Nós não queremos nos adaptar a essa realidade, em que a máscara se torne essencial para a nossa sobrevivência. Queremos poder respirar um ar puro, sem a necessidade de filtros”, disse Lindomar.
A manifestação, marcada pelo silêncio, foi uma forma de protesto contra a degradação ambiental que, segundo os organizadores, é resultado direto das ações humanas. “A gente precisa ficar em casa, confinado, e usar máscara quando sair, conforme as recomendações. Fizemos um minuto de silêncio em protesto à situação inédita em Cruzeiro do Sul, onde o ar está irrespirável, uma agressão à saúde humana. O que estamos fazendo com o nosso ambiente? Estamos caminhando para uma limitação ou até a extinção da espécie humana, pois estamos atacando elementos essenciais para a existência de vida: a floresta, o ar e a água”, alertou Lindomar. Ela destacou ainda que a seca atual é um reflexo das queimadas e que medidas mais eficazes precisam ser implementadas para conter esse cenário de destruição.
Os estudantes, engajados na causa, participaram ativamente do protesto, e a escola espera que essa iniciativa sirva como um alerta para que as autoridades tomem ações mais contundentes na preservação do meio ambiente e na proteção da saúde pública.
A manifestação também buscou conscientizar a sociedade sobre a importância de preservar a “criação de Deus”, como mencionado pela irmã Maria Fernanda, que frisou o dever coletivo de cuidar do planeta. A expectativa é que o movimento contribua para uma reflexão mais ampla sobre os impactos das queimadas e a necessidade urgente de soluções concretas.
Por: Juruá online