O dólar subia a R$ 5,70 nesta quarta-feira (23), à medida que investidores globais exibiam aversão ao risco enquanto ponderam sobre os próximos movimentos do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) e a eleição presidencial dos Estados Unidos, enquanto o Ibovespa recuava.
Nesta sessão, novamente marcada por uma agenda macroeconômica esvaziada, os mercados eram influenciados por eventos políticos e pela perspectiva de um afrouxamento monetário gradual do Fed, o que impulsionava a moeda dos EUA e os rendimentos dos Treasuries.
Às 14h26, o dólar subia 0,37%, cotado a R$ 5,709. No mesmo horário, o Ibovespa tinha queda de 0,68%, aos 129.065,78 pontos.
Agentes financeiros têm elevado as apostas na vitória do ex-presidente norte-americano Donald Trump na disputa pela Casa Branca em 5 de novembro. As promessas do republicano para a economia, que incluem tarifas e cortes de impostos, são consideradas inflacionárias, o que afeta o apetite por ativos de maior risco.
Também estavam no radar as tensões geopolíticas no Oriente Médio, uma vez que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, viaja pela região em busca de concluir um acordo de cessar-fogo. O conflito tem movimentado os preços do petróleo, afetando mercados emergentes.
No cenário doméstico, o mercado foca ainda nos comentários de autoridades brasileiras durante viagem aos EUA no âmbito das reuniões anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), incluindo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Cenário internacional
investidores voltavam suas atenções para eventos políticos e para as perspectivas dos próximos movimentos do Fed, enquanto os preços de commodities também ocupavam o foco em mercados emergentes.
O dólar continuava a se fortalecer amplamente diante da expectativa de que o Fed fará cortes graduais na taxa de juros, uma vez que dados recentes têm mostrado uma economia norte-americana mais forte do que o esperado anteriormente, com destaque para o mercado de trabalho e o consumo.
Juros mais altos no país elevam os rendimentos dos Treasuries, o que torna o dólar mais atrativo para investidores estrangeiros.
Operadores colocam 92% de chance de o banco central dos EUA reduzir os juros em 25 pontos-base em novembro, de acordo com a ferramenta FedWatch, da CME.
Os mercados também se posicionavam diante do aumento das apostas na vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA em 5 de novembro. As promessas do ex-presidente, que incluem tarifas e cortes de impostos, são consideradas inflacionárias por analistas, o que também seria favorável à moeda norte-americana.
“O dia é de aversão ao risco a nível global”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
“O debate sobre a eleição dos EUA está ficando cada vez mais aquecido. Há muita apreensão sobre o vencedor. Trump tem ganhado espaço nas pesquisas e uma política protecionista e expansionista fortalecem o dólar”, completou.
No Brasil, a dinâmica fiscal e dados econômicos que sugerem crescimento robusto mantêm os receios sobre potenciais pressões inflacionárias e manutenção da taxa Selic em patamares elevados, o que mina o apetite por ações.
Por: CNN Brasil