InícioECONOMIADólar desaba a R$ 5,69, menor valor em três meses

Dólar desaba a R$ 5,69, menor valor em três meses

O dólar fechou em forte queda de 1,26%, cotado a R$ 5,69, nesta sexta-feira (14/2). Com o resultado, a moeda americana atingiu o menor patamar desde o início de novembro do ano passado. Agora, ela acumula recuo de 7,8% no ano em relação ao real.

A Bolsa brasileira (B3) disparou. Às 17 horas, ela anotava alta de 2,64%, a 128.150 pontos. O Ibovespa, o principal índice da B3, estava sendo puxado pela forte valorização das ações da Petrobras (3,27%) e da Vale (0,66%), que têm grande peso no indicador. Também estavam em em alta papéis de bancos como Itaú, Bradesco e Santander.

No caso do dólar, o movimento descendente marcou a tônica do comportamento da divisa em todo o mundo. O índice DXY, que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, caiu nesta sexta-feira. Às 17 horas, ele registrava recuo de 0,35%, aos 106,683 pontos.

Na avaliação de Emerson Vieira Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos, o mercado “manteve o bom humor” nesta sexta-feira, por causa do alívio em pontos de tensão que vinham abalando a cotação dos ativos nos últimos dias.

Um deles foi a questão das tarifas sobre produtos importados, anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Embora o problema esteja longe de ser resolvido, diz Vieira Junior, os investidores consideram que o discurso de Trump tem sido mais severo do que o possível impacto das medidas até aqui anunciadas.

Etanol na lista

Na quinta-feira (13/2), por exemplo, a Casa Branca divulgou a implementação de tarifas comerciais recíprocas contra países que taxam os Estados Unidos. Em documento distribuído no mesmo dia, o etanol brasileiro foi citado como um dos possíveis alvos das mudanças.

As sobretaxas, contudo, não vão entrar em vigor imediatamente. Isso para que os países impactados tenham tempo para negociar novos termos comerciais com os EUA. A afirmação foi feita por Howard Lutnick, indicado por Trump como secretário de Comércio. Ele disse que o governo abordaria cada país afetado e que os estudos sobre o tema seriam concluídos até 1º de abril.

Guerra na Ucrânia

Viera Junior cita ainda que surgiram sinais, embora incipientes, de que mais um entrave global possa perder força nas próximas semanas. Esse é o caso da guerra entre Rússia e Ucrânia. Na quarta-feira (12/2), Trump ligou para o presidente russo, Vladimir Putin, e disse que as negociações para o fim dos conflitos podem ocorrer “imediatamente”.

“A ideia é que o risco no mundo diminuiu”, afirma o analista. “Com isso, os investidores correm menos para se proteger no dólar e aumenta o apetite por ativos de maior risco, como as ações negociadas nas Bolsas.”

Consumo nos EUA

Acrescente-se a essa perspectiva o fato de as vendas terem caído no varejo americano em janeiro. Dados divulgados nesta sexta-feira pelo Departamento de Comércio americano mostram que elas registraram um recuo de 0,9% no mês passado. A estimativa dos analistas era de uma queda bem menor, de 0,1%.

Ainda que parcial, esse é um sinal de desaquecimento da economia americana. Algo que é positivo para a economia global. Isso porque ele reduz a pressão de alta da taxa de juros para conter a inflação americana.

Juros nos EUA e Bolsa

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) mantém a taxa de juros no país no intervalo entre 4,25% e 4,50%. Um valor elevado, cuja consequência é aumentar a atratividade por títulos da dívida americana, os Treasuries, em detrimento de ativos de risco, como as ações negociadas nas Bolsas globais.

À medida que a economia americana dá demonstrações de menor fôlego, diminui a perspectiva de novos aumentos de juros. Com isso, as ações em Bolsa tendem a ter um melhor desempenho.

Queda de Lula

Vieira Junior atribui ainda o bom resultado do dólar (“acima da média mundial”) e o salto da Bolsa à queda da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo pesquisa do DataFolha. Ela caiu 11 pontos percentuais em dois meses.

Mais sobre a B3

No caso da alta da B3 desta sexta, ela vinha sendo fortemente guiada pela valorização dos papéis da Petrobras. Analistas do J.P.Morgan elevaram o preço-alvo dos ADRs (as ações vendidas nos EUA) da Petrobras de US$ 17 para US$ 18, reiterando a recomendação de compra desses ativos.

 

Por: Metrópoles

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