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Escassez de Peixe de Rio Preocupa Comerciantes e Consumidores em Cruzeiro do Sul

A falta de pescado de rio tem afetado o mercado de peixe em Cruzeiro do Sul, levando comerciantes e consumidores a se adaptarem à oferta limitada de espécies. Segundo Francisco Valdecir, presidente da Associação dos Revendedores do Mercado do Peixe, a escassez ocorre principalmente devido ao período do defeso, que restringe a captura de diversas espécies.

Defeso Reduz Oferta de Peixes de Rio

Durante a entrevista, Valdecir explicou que algumas espécies como mapará, sardinha, dourado, filhote, matrinchã e jaraqui estão proibidas de serem capturadas. O período de defeso, que ocorre entre 15 de novembro e 15 de março, visa proteger os peixes durante sua fase de reprodução, garantindo a preservação das espécies.

“Esse período sempre causa uma baixa na comercialização de peixes de rio, mas temos conseguido manter o abastecimento com as espécies da piscicultura”, afirmou Valdecir.

Piscicultura Mantém Mercado Ativo

Com a ausência de várias espécies naturais, o mercado tem sido abastecido principalmente com peixes criados em açudes, como tambaqui e pirarucu. No entanto, a procura ainda é menor em comparação aos peixes de rio.

Mercado do Peixe em Cruzeiro do Sul- Acre, Foto: Clebson Santos

“O peixe da natureza sempre é mais procurado. Quando há oferta de peixes de rio, as vendas dos de piscicultura diminuem, mas eles têm sido fundamentais para garantir o abastecimento da população”, explicou.

Perspectivas para o Setor

Uma possível solução para reduzir a dependência do peixe de rio e minimizar os impactos do defeso pode estar na criação de uma área de manejo próximo à cidade. Segundo Valdecir, a proposta está sendo discutida com autoridades e entidades do setor.

“Tivemos uma reunião com a Secretaria de Agricultura e outras entidades para debater a criação de uma área de manejo que permitiria a comercialização contínua de diversas espécies”, revelou.

Desafios do Mercado

Além da escassez de pescado de rio, os comerciantes enfrentam desafios estruturais, como a falta de energia elétrica que pode comprometer o armazenamento dos produtos.

“Temos um poço artesiano e uma câmara fria que dependem de energia elétrica. Se houver uma queda de energia durante a noite e ninguém perceber, pode causar prejuízos. Já instalamos câmeras para monitorar a situação e agir rapidamente quando necessário”, disse Valdecir.

Atualmente, cerca de 110 famílias dependem diretamente do mercado de peixe de Cruzeiro do Sul, tornando a estabilidade do setor essencial para a economia local. Com o fim do período de defeso em março, a expectativa é que a oferta de peixe de rio aumente, especialmente para atender a alta demanda da Semana Santa.

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