Nome da erva refere-se a aparência peluda que, segundo os cientistas, lembra a pelagem de ovelha
Uma nova espécie de planta foi descoberta por cientistas no Parque Nacional Big Bend, localizado no estado estadunidense do Texas. De aparência peluda e tamanho minúsculo, a erva foi batizada de “diabo de lã”. Devido às características genéticas distintas, inaugurou um gênero botânico e, conforme os pesquisadores, pode possuir valor medicinal, como propriedades anticancerígenas.
Um estudo com a descrição das características do achado foi publicado no jornal botânico Phytokeys, em fevereiro deste ano.
Com nome científico de Ovicula biradiata, a nova planta foi encontrada pela primeira vez em março de 2024, por dois funcionários do parque no Deserto de Chihuahua, que integra o território protegido pelo equipamento ambiental. Eles avistaram os pequenos exemplares delas espalhados entre as rochas.
Ao não reconhecerem a erva, os profissionais conduziram uma investigação. Utilizando fotos detalhadas das plantas para consultar banco de dados de espécies, constataram que se tratava de uma planta até então desconhecida.
Pesquisadores da Academia de Ciências da Califórnia, da Universidade de Sul Ross e do Centro Interdisciplinario de Investigación para el Desarrollo Integral Regional se juntaram a equipe do parque no estudo da nova planta.
Na análise genética, os cientistas constataram que a “diabo de lã” possui características tão diferentes das ervas existentes que não era somente uma nova espécie, mas um gênero botânico (Ovicula) inteiramente novo da família Asteraceae — mesma do girassol e da margarida.
Para nomear cientificamente a nova planta, os pesquisadores se inspiraram na aparência dela: enquanto “Ovicula” significa pequena ovelha, em referência à penugem branca que cobre a planta e parece lã, “biradiata” faz referência às pétalas em formato de raiosem cada flor. O grupo de especialistas batizou carinhosamente a planta de “diabo de lã”.

POTENCIAL USO MEDICINAL ANTICÂNCER
No artigo científico publicado no Phytokeys, os pesquisadores apontaram que a “diabo de lã” possui características semelhantes às encontradas em outras plantas que possuem compostos orgânicos com propriedades medicinais. As análises preliminares ainda indicam que ela pode possuir ação anti-inflamatória e anticâncer.
No entanto, a pesquisa sugere ser necessário novos estudos para aprofundar os usos farmacológicos da nova espécie. “Agora que a espécie foi identificada e nomeada, há uma enorme quantidade que ainda precisamos aprender sobre isso”, disse o superintendente do parque, Anjna O’Connor.
Por: Diário do Nordeste