Período de defeso, altas temperaturas e custos elevados afetam abastecimento e preço do pescado
A escassez de peixes naturais e os altos custos de produção têm preocupado os vendedores de pescado em Cruzeiro do Sul. O presidente da Associação dos Revendedores de Pescado, Francisco Valdecí, destaca que a situação é resultado de vários fatores, incluindo o período de defeso, que restringe a pesca para preservação das espécies, além das altas temperaturas e da seca dos rios, que impactaram o crescimento dos peixes da piscicultura.

“Estamos enfrentando um momento difícil. Ainda estamos no período de defeso e muitas espécies não podem ser capturadas. Isso nos deixa dependentes da piscicultura, que também sofreu com a alta temperatura do ano passado, prejudicando o desenvolvimento dos peixes”, explica Valdecí.
Preços mais altos e dificuldades no transporte
Além da escassez, o aumento dos custos operacionais também tem pesado no bolso do consumidor. O preço da ração subiu, e o transporte do pescado até o mercado ficou mais caro devido à alta do combustível e às dificuldades de acesso às regiões produtoras.
“Antes, um frete custava entre R$ 300 e R$ 400. Hoje, os valores são bem maiores, e isso acaba sendo repassado ao consumidor”, afirma o presidente da associação.
No mercado, os preços do peixe variam de acordo com a oferta e a procura. O piau, por exemplo, pode ser encontrado entre R$ 25 e R$ 27, dependendo do fornecedor.
“Cada vendedor define seu preço dentro do livre comércio. Tem quem venda ganhando um real a menos, outros ganham um real a mais. O importante é o consumidor pesquisar e escolher a melhor opção”, comenta Valdecí.
Semana Santa e expectativas para os próximos meses
Com a proximidade da Semana Santa, período de maior consumo de pescado, a preocupação aumenta. A esperança dos comerciantes é que a piscicultura consiga suprir a demanda, apesar da baixa oferta de alevinos para reposição dos estoques.
“Estamos pedindo a Deus que haja peixe suficiente para atender a população. A tendência é de que os preços subam se os custos continuarem altos, mas, se os valores da ração e do transporte se estabilizarem, conseguiremos manter os preços atuais”, conclui o presidente da associação.
Enquanto isso, consumidores e comerciantes seguem atentos às oscilações do mercado, esperando por medidas que possam minimizar os impactos dessa crise no setor pesqueiro de Cruzeiro do Sul.