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Homem é preso por estupro e ameaça com vídeos íntimos em Cruzeiro do Sul

Delegado explica como o crime foi caracterizado e orienta vítimas a denunciarem

A Polícia Civil de Cruzeiro do Sul prendeu preventivamente um homem suspeito de estuprar e ameaçar a ex-companheira utilizando vídeos íntimos gravados sem o consentimento da vítima. O caso chegou à delegacia após a mulher procurar ajuda, relatando que vinha sendo coagida a manter relações sexuais mesmo após o término do relacionamento.

O delegado Heverton Carvalho, responsável pelo caso, explicou como as investigações levaram à prisão do suspeito.

“A vítima relatou que, após o fim do relacionamento, o agressor começou a ameaçá-la com vídeos íntimos, dizendo que divulgaria as imagens em redes sociais e grupos de WhatsApp caso ela não cedesse às exigências dele. Esse tipo de chantagem é um crime grave e, no caso dela, resultou em atos de violência sexual forçados”, afirmou.

Chantagem, perseguição e estupro: como o crime foi enquadrado?

De acordo com o delegado, a legislação é clara quanto ao crime de estupro. Mesmo que a relação tenha sido consentida no passado, qualquer ato sexual obtido por meio de ameaça ou coerção caracteriza estupro.

“O estupro ocorre quando há constrangimento, independentemente da idade da vítima. Se uma pessoa é forçada a manter relação sexual sem consentimento, já se configura o crime. E isso não se limita apenas à penetração, mas também a qualquer ato libidinoso, como toques forçados”, explicou Carvalho.

Além do estupro, o suspeito será indiciado por outros crimes:

  • Perseguição (stalking) – por insistir em contato indesejado e ameaçador com a vítima;
  • Ameaça – pelo uso dos vídeos íntimos como forma de coerção;
  • Divulgação de imagens sem consentimento – por registrar e manter vídeos íntimos da vítima sem sua autorização.

O ciclo de violência e o medo da denúncia

O delegado ressaltou que o crime vinha ocorrendo há algum tempo. A vítima tentou se livrar da chantagem, mas o agressor sempre mantinha cópias dos vídeos, utilizando-os repetidamente para obrigá-la a ceder.

“Ele prometia apagar as imagens caso ela aceitasse se encontrar com ele, mas na verdade continuava guardando os arquivos em outras mídias, como celulares e nuvens digitais, para seguir com a chantagem”, relatou o delegado.

Muitas vítimas enfrentam dificuldades para denunciar casos como esse, seja por medo das ameaças ou por vergonha da exposição. No entanto, o delegado reforça a importância de procurar ajuda o quanto antes.

“A delegacia conta com uma equipe especializada para atender essas mulheres, oferecendo acolhimento e proteção. Além do registro da ocorrência, é possível solicitar medidas protetivas, que garantem mais segurança para a vítima”, afirmou.

Onde buscar ajuda?

DEMPCA em Cruzeiro do Sul – Acre, foto; Clebson Santos- Deu Notícia.

Mulheres que passam por situações semelhantes devem procurar imediatamente a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, localizada ao lado do Corpo de Bombeiros de Cruzeiro do Sul. O local oferece um ambiente seguro para denúncias e encaminhamentos legais.

Casos de violência podem ser denunciados também pelos seguintes canais:

  • Central de Atendimento à Mulher – 180 (denúncia anônima e gratuita);
  • Delegacia Online da Polícia Civil;
  • Polícia Militar – 190, em caso de emergência.

O delegado finalizou reforçando a importância de que as vítimas não se calem diante desse tipo de crime. “Ameaças e chantagens são armas dos agressores para manter o controle sobre as vítimas. Mas a justiça está aqui para proteger essas mulheres e garantir que os responsáveis sejam punidos”.

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