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Ataque de tambaqui fere banhista e fecha balneário no Mato Grosso do SulO

Espécie comum na Amazônia, peixe arrancou parte do dedo de um turista; especialistas explicam que o comportamento agressivo é raro e pode ter sido causado por estresse

 

Um ataque de tambaqui (Colossoma macropomum) fechou por tempo indeterminado um balneário situado na cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul (MS). Um banhista teve parte do dedo indicador arrancado com a mordida do animal. O peixe é comumente encontrado na bacia amazônica e faz parte da base alimentar dos amazonenses. Um especialista consultado pelo acritica.com nesta quarta-feira (9) explicou que esses ataques não fazem parte do comportamento dessa espécie.

“Ele é um peixe onívoro que consome alimentos de origem vegetal e animal. São frutos, sementes, insentos, zooplâncton, até mesmo caramujos. E, basicamente esses peixes em balneários são acostumados com rações. Isso faz com que esses animais se acostumem com pessoas e banhistas. Ele (o tambaqui) é uma espécie que não é agressiva. Aconteceram casos no manejo, colocou o dedo próximo à boca ou escorregou, e pode acontecer o caso do peixe morder”, explicou o engenheiro de pesca, Rafael Cerquinho, do Núcleo de Pesca da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

O estresse pode ser a causa da reação do tambaqui. “Como são ambientes muito frequentados por turistas e às vezes estão lotados de banhistas, isso pode com certeza estressar o animal. O tambaqui não é um animal doméstico, mas um animal silvestre que de forma alguma é domesticado. Instintivamente, pelo estresse, pode sim de forma a se defender, ao se sentir ameaçado, eventualmente morder alguém nas pontas dos dedos ou mãos”, detalhou Cerquinho.

Pertencente à família Serrasalmidae, o Tambaqui é “parente” do Pacu e da Piranha.

“Peixes grandes vão oferecer riscos, pois são robustos. O Tambaqui, por exemplo, tem a cabeça extremamente óssea. Às vezes não precisa atacar na mordida, mas se ele se chacoalhar a cabeça dele pode acabar machucando. Potencialmente, peixes de grande e médio porte podem oferecer riscos. A interação entre eles não deveria acontecer sem uma barreira física”, pontuou Rafael.

Cerquinho avalia que “Existe um balneário próximo de Manaus que as pessoas não entram na água. Elas alimentam os animais à distância. Elas jogam a ração. Esse tipo de interação é muito mais benéfica tanto para as pessoas quanto para os peixes. O que eu creio que aconteceu nesse balneário em Bonito (MS), devido ao ambiente artificial, as dimensões e a quantidade de pessoas no local, os peixes se sentiram ameaçados. Não tinham para onde nadar. O que restou foi se defender”, finalizou.

Segundo o Museu da Amazônia, o tambaqui se reproduz em rios de águas barrentas, pode chegar a 1 metro de comprimento e pesar mais de 30 quilos. Essa espécie possui nadadeiras curtas, a coloração geralmente é parda na parte de cima do corpo, e preta na parte de baixo possui dentes fortes tem cauda bifurcada são considerados os ‘jardineiros’ dos rios, porque auxiliam na dispersão de sementes. Não existem dados oficiais sobre incidentes ocorridos com esse peixe no Amazonas.

Por:Acritica

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