Durante a abertura da tradicional Feira do Peixe em Cruzeiro do Sul, realizada no Mercado do Agricultor, uma presença chamou a atenção entre as barracas repletas de tambaqui, pirarucu e outros peixes regionais: a do Instituto Federal do Acre (IFAC). Este ano, o instituto inovou ao apresentar novas formas de aproveitamento do pescado regional, apostando na defumação e na filetagem artesanal como alternativas saudáveis, práticas e economicamente viáveis para a população.
Quem esteve à frente da iniciativa foi a professora Viviane Fonseca Ribeiro, do IFAC. Com um sorriso de quem acredita no que faz, ela explicou com entusiasmo o propósito da participação do instituto na feira.

“Esse ano a gente está trazendo uma grande novidade: a defumação do pescado e a filetagem. São práticas de conservação que a gente utiliza para prolongar a vida de prateleira do pescado. A ideia é estimular a população a consumir o peixe de uma forma diferente do tradicional”, destacou Viviane.
Inovação com raízes regionais
Segundo a professora, a defumação e a filetagem são alternativas importantes ao congelamento e à salga, técnicas mais conhecidas pela população local. Além de conservar, essas práticas valorizam o pescado como produto nobre, podendo até abrir novas possibilidades comerciais para produtores da região.
“Queremos despertar na população o interesse por produtos que não são tão comuns na região, como o peixe defumado e o filé de peixe feito a partir da matéria-prima regional. Isso pode gerar valor agregado e até novas oportunidades de negócio”, explicou.
Parcerias que fortalecem
A participação do IFAC na feira não aconteceu de forma isolada. A iniciativa é fruto de parcerias com instituições como o SENAI, o SEBRAE e a Secretaria de Agricultura do município, unindo forças para alcançar um público mais amplo e estimular o consumo consciente e criativo do pescado.
“Temos aqui alunos do IFAC e também do SENAI. Trabalhamos juntos, com apoio da Secretaria de Agricultura e do SEBRAE. O fortalecimento dessas instituições faz com que a gente trabalhe diretamente com o público local, levando conhecimento de forma prática”, ressaltou Viviane.
Participação pontual, impacto duradouro
Embora a participação do IFAC na feira aconteça apenas no primeiro dia, a proposta é plantar sementes que sigam sendo colhidas por outros parceiros nos dias seguintes.
“A nossa participação é só hoje. A gente veio para desenvolver esse produto diferenciado. A partir disso, a equipe do SENAI continua o trabalho, desenvolvendo outros produtos à base da matéria-prima que estamos apresentando”, explicou.
A feira segue movimentando o Mercado do Agricultor durante toda a Semana Santa, mas as ideias e sabores trazidos pelo IFAC prometem deixar um legado além dos dias de venda — fortalecendo a cadeia do pescado, valorizando a produção local e despertando novas formas de ver (e saborear) o peixe amazônico.