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Polícia Penal apreende celulares escondidos em celas do presídio de Cruzeiro do Sul

Diretor da unidade, Elvis Barros, explica que aparelhos estavam camuflados em buracos nas paredes e destaca ações contínuas para combater a entrada de ilícitos

Um trabalho minucioso e silencioso, que mistura investigação, vigilância constante e ação rápida. Assim foi definida a operação realizada pela Polícia Penal na tarde dessa quinta-feira, 18, no presídio Manoel Neri, em Cruzeiro do Sul, que resultou na apreensão de aparelhos celulares e carregadores escondidos dentro das celas da unidade.

A descoberta dos ilícitos foi possível graças ao monitoramento contínuo da rotina carcerária e à análise de informações sigilosas coletadas ao longo dos últimos dias. Segundo o diretor do presídio, Elvis Barros, a abordagem foi planejada e executada com precisão.

Ações estratégicas e inteligência carcerária

“Nós já vínhamos monitorando, colhendo informações e trabalhando com inteligência. Planejamos a entrada no momento mais oportuno, e na tarde de ontem conseguimos localizar e apreender os celulares e carregadores que estavam escondidos dentro das celas”, explicou o diretor.

De acordo com ele, os objetos estavam ocultos em compartimentos improvisados, conhecidos no ambiente prisional como “mocós”. São buracos estrategicamente abertos nas estruturas das celas pelos próprios reeducandos para esconder materiais ilícitos.

Tecnologia e tática: uso de cães farejadores

Elvis Barros também destacou a participação da Divisão de Operações com Cães (DOC) durante a ação, que reforçou a segurança e ampliou a eficácia da operação.

“Foi uma entrada rápida. Quero parabenizar toda a equipe: coordenadores, policiais penais de serviço e o DOC. Quando necessário, fazemos sim o uso de cães farejadores para ampliar nosso alcance durante as revistas”, afirmou.

Celulares em presídios: um risco que vai além da comunicação

Segundo o diretor, a maior preocupação com a presença de celulares dentro da unidade prisional não é apenas o contato com familiares, mas sim o uso dos aparelhos como ferramenta para coordenar crimes, tanto dentro quanto fora do presídio.

“Um aparelho celular nas mãos de alguém ligado a uma organização criminosa representa risco real à sociedade. É com esses celulares que ordens para roubos, assassinatos e outras ações são emitidas. Por isso, nossa missão é impedir ao máximo que eles circulem aqui dentro”, alertou.

Bloco sem bloqueador facilita ação criminosa

Os aparelhos apreendidos foram encontrados no Bloco 4 do presídio, justamente uma das áreas onde, segundo o diretor, o sinal do bloqueador de celular não alcança completamente. O equipamento funciona com eficácia nos blocos 7 e 8, onde estão reclusos os presos ligados diretamente a facções.

“No Bloco 4, onde teoricamente não há presença de organização criminosa, o bloqueador não cobre o perímetro totalmente. Essa brecha facilita esse tipo de situação. Mas estamos atentos e trabalhando de forma incansável para coibir qualquer tentativa de entrada ou uso de ilícitos dentro da unidade”, garantiu.

Investigação continua para identificar responsáveis

A Polícia Penal já iniciou uma investigação interna para identificar os reeducandos responsáveis pelos aparelhos. A apuração deve confirmar quem usava os celulares e se havia relação com organizações criminosas.

“Já temos uma ideia de quem seriam os donos dos aparelhos, mas a investigação vai aprofundar isso. Sabemos que o uso de celular aqui dentro vai além do contato familiar — infelizmente, também serve para comandar ações criminosas”, concluiu Elvis Barros.

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