A educação inclusiva tem muitos caminhos e em Cruzeiro do Sul, um deles começa pelo prato. Foi com esse olhar que a Prefeitura de Cruzeiro do Sul, por meio da Secretaria Municipal de Educação, lançou uma cartilha inédita sobre alimentação adaptada para crianças com Transtorno do Espectro Autista -TEA.
A cartilha reúne orientações nutricionais, informações sobre seletividade alimentar, sugestões de cardápios e estratégias para formar os profissionais da educação, da saúde e da assistência social. Tudo para que as crianças com TEA tenham acesso a uma alimentação segura, adaptada e respeitosa.
O material foi construído a partir de um caso clínico que chegou à rede municipal de ensino, revelando a necessidade urgente de oferecer mais do que conhecimento. Era preciso garantir também acolhimento, cuidado e respeito às especificidades alimentares dessas crianças.
A secretária Rosa Lebre explica que esse caso acendeu um alerta e a equipe percebeu que o número de alunos com TEA vinha crescendo e que a rede precisava estar preparada para recebê-los com mais sensibilidade. Foi então que surgiu a ideia de elaborar um documento oficial, com orientações claras para todos os envolvidos no processo educativo.
A nutricionista Edilamar Marques, que coordena o Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional Escolar, lembra que cada criança autista tem sua própria forma de se alimentar. Algumas recusam alimentos por textura, outras pela cor ou cheiro. Por isso, é essencial respeitar essas particularidades.
“Essa cartilha nos permite pensar em soluções reais para crianças que muitas vezes ficam invisíveis quando o assunto é alimentação escolar. Comer bem é um direito, e ninguém aprende com fome”, afirma Edilamar.
O prefeito Zequinha Lima também destacou a importância da ação, parabenizando o trabalho técnico e sensível da equipe. “Iniciativas como essa mostram que o município está no caminho certo ao tratar a educação com prioridade e humanidade. A cartilha representa o compromisso da gestão municipal com a inclusão, a saúde e a dignidade das crianças”, pontuou.
A cartilha está disponível para a comunidade escolar e serve como base para formações de professores, coordenadores, merendeiras e gestores.
Por: AC 24 horas