InícioACREVítimas identificadas: Polícia explica linha investigativa de duplo homicídio em mata

Vítimas identificadas: Polícia explica linha investigativa de duplo homicídio em mata

Na manhã desta segunda-feira (27), a Polícia Civil do Acre, por meio do Núcleo Especializado de Investigação Criminal (Neic) de Cruzeiro do Sul, localizou os corpos de dois homens desaparecidos: Ryan Barroso e Tiago (sobrenome ainda não divulgado oficialmente). As vítimas foram encontradas em covas rasas em uma área de mata no fim da Rua São Paulo, no bairro Cruzeirão. Os corpos apresentavam sinais de extrema violência e crueldade.

O delegado Everton Carvalho, titular do Neic, explicou que a investigação começou após o registro de desaparecimento de Ryan Barroso, ainda no domingo (26). Desde então, a equipe esteve em campo e, ao amanhecer desta segunda-feira, conseguiu localizar o corpo de Ryan. No mesmo local, foi descoberta uma segunda cova com o corpo de Tiago, cuja ausência ainda não havia sido registrada formalmente pela família.

“Ryan foi morto de domingo para segunda. Já Tiago foi assassinado de quinta para sexta, dias antes. Ambos foram vítimas de requintes de crueldade, com lesões graves, inclusive decapitação e retirada do coração. São execuções ligadas a facções criminosas que atuam na cidade”, relatou o delegado.

Prisões e motivação dos crimes

Três pessoas já foram presas — dois adolescentes e um adulto — por envolvimento direto nos homicídios. Os menores serão apresentados ao Ministério Público, que deve solicitar a internação. As investigações já identificaram outros possíveis envolvidos, e novas prisões não estão descartadas.

Segundo Carvalho, Tiago teria sido morto por uma suposta “sentença” do chamado “tribunal do crime”, após ser acusado de furtar fios de cobre de um posto de saúde. Já Ryan Barroso foi acusado por integrantes da facção de ter envolvimento com uma menor de idade, o que motivou sua execução.

A importância da denúncia formal

O delegado também fez um alerta importante à população: “É fundamental que os familiares procurem a polícia e registrem boletins de ocorrência assim que houver qualquer suspeita de desaparecimento. Isso nos permite agir mais rápido e aumentar as chances de encontrar a vítima com vida”.

Ele também criticou a prática de algumas pessoas de recorrerem a facções criminosas para resolver conflitos pessoais. “Quem procura essas organizações para punir terceiros, também comete crime. O Estado é o único responsável por aplicar a justiça, e qualquer tentativa de fazer isso por meios paralelos será investigada e punida”, reforçou.

Local já era monitorado

A área onde os corpos foram encontrados já era conhecida da Polícia Civil por ser frequentemente usada por organizações criminosas para desova de cadáveres. A ação contou com apoio do Corpo de Bombeiros, que ajudou na remoção dos corpos, além da atuação do Instituto Médico Legal (IML).

As investigações continuam em curso para identificar todos os envolvidos e entender em profundidade a dinâmica dos crimes.

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