A cena é comum: o cidadão vem resolver um serviço na central de atendimento da OCA, tira uma nova identidade, atualiza o CPF, mas na pressa, esquece a carteira no balcão. Ou então perde um documento no meio da rua e alguém encontra. É nesse momento que entra o trabalho silencioso e essencial dos servidores da OCA de Cruzeiro do Sul, como o atendente José Raiulo.
Segundo ele, o setor de Achados e Perdidos da OCA já soma 240 itens catalogados, entre documentos pessoais — como RGs e CPFs — e objetos diversos, como carteiras e até celulares. “Esses itens são, em sua maioria, encontrados dentro da própria central, onde a pessoa vem ser atendida e às vezes esquece. Mas também tem muitos que são achados nas ruas da cidade e trazidos por outras pessoas até aqui”, relata José.
O processo é simples, mas carrega um importante valor social. Quando alguém encontra um documento perdido, pode levá-lo até a central. O item é então registrado em uma planilha organizada e guardado até que o dono apareça. “A pessoa vem, se identifica, diz que está à procura de determinado documento, e a gente faz a busca no sistema. Se estiver aqui, a gente devolve na hora”, explica o atendente.
A colaboração da população tem sido essencial para o crescimento do serviço. “Não temos como procurar nas ruas os documentos das pessoas, então dependemos da boa vontade. Sempre digo: e se fosse você que tivesse perdido o RG? Será que gostaria de pagar por outro? É um gesto simples que pode poupar dor de cabeça e custo pro próximo”, reflete José.
O aumento no número de documentos encontrados também coincide com períodos de eventos na cidade. “Depois do Carnaval, por exemplo, muitos documentos foram trazidos até aqui. Isso mostra que a população tem se sensibilizado e colaborado mais”, destaca.
E para quem quiser ajudar sem se identificar, também é possível: “Pode só chegar e entregar no balcão, sem se identificar. O importante é que o objeto chegue até a gente e possa ser devolvido ao dono”.
A OCA de Cruzeiro do Sul fica aberta para atendimento ao público de segunda a sexta-feira, em horário comercial. Quem perdeu algum item pode comparecer pessoalmente para consultar os registros. E quem encontrou algo perdido pela cidade, tem ali um ponto seguro de entrega — onde a solidariedade se transforma em serviço público.
