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Mini curso sobre manejo clínico da malária capacita profissionais da Atenção Primária à Saúde

Um mini curso realizado recentemente abordou o manejo clínico da malária com foco em capacitar profissionais da Atenção Primária à Saúde, como enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos e agentes comunitários de saúde. A iniciativa teve como principal objetivo ampliar o número de profissionais aptos a diagnosticar e tratar a doença, promovendo também uma integração mais efetiva entre a Atenção Primária e a Vigilância Ambiental — atualmente responsável pelo controle de doenças transmitidas por vetores.

Apesar de a malária ser uma doença endêmica em muitas regiões do Brasil, o diagnóstico e tratamento ainda são majoritariamente realizados por agentes de combate a endemias e microscopistas. De acordo com Nádia Martinez, apoiadora do SUS em CZS, a proposta do curso foi justamente promover a descentralização desse processo, destacando que, ao contrário de outras doenças, a malária pode ser diagnosticada e tratada por profissionais de saúde que não sejam médicos, desde que sigam as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde, conforme orientações do Guia de Tratamento do Brasil.

Durante o curso, foram discutidos temas como os sinais e sintomas clássicos da doença, os testes disponíveis para diagnóstico e os protocolos atualizados de tratamento. Um dos destaques foi a apresentação da tafenoquina, novo medicamento incorporado pelo Ministério da Saúde para o tratamento da malária não complicada. A programação incluiu ainda uma parte prática, com demonstração do uso do teste rápido e da testagem da enzima G6PD — necessária antes da administração da tafenoquina.

Apesar da qualidade do conteúdo e da relevância do tema, os organizadores esperavam uma maior adesão. As 40 vagas disponíveis foram rapidamente preenchidas e ainda houve formação de uma lista de espera, embora outros eventos paralelos tenham impactado a participação dos profissionais da saúde.

Segundo os organizadores, a experiência foi bastante produtiva e reforça a importância de expandir o número de profissionais capacitados para garantir um diagnóstico mais rápido e tratamento oportuno. Essa abordagem contribui diretamente para a redução dos casos da doença, ao minimizar o tempo em que uma pessoa infectada pode atuar como fonte de transmissão.

O curso também abordou as situações em que o encaminhamento ao médico é essencial, como em pacientes oncológicos ou aqueles que passaram por esplenectomia (remoção do baço). No entanto, a grande maioria dos casos pode ser conduzida de forma resolutiva por profissionais da Atenção Primária e da Vigilância Ambiental, o que fortalece a rede de enfrentamento à malária nas áreas endêmicas.

A expectativa dos organizadores é repetir e ampliar a iniciativa, aumentando o alcance e o número de profissionais envolvidos na luta contra a doença.

 

 

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