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6ª Conferência Regional dos Direitos da Pessoa Idosa reúne municípios do Vale do Juruá para ouvir e propor políticas públicas efetivas

Com o tema “Envelhecimento multicultural e democracia: urgência por equidade, direito e participação”, está sendo realizada nesta semana, em Cruzeiro do Sul, a 6ª Conferência Regional dos Direitos da Pessoa Idosa, reunindo representantes dos municípios de Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo e da cidade-sede. O evento tem como foco central a escuta ativa da população idosa e a formulação de propostas que reflitam as reais necessidades desse público.
A conferência é organizada pelo Conselho Municipal da Pessoa Idosa de Cruzeiro do Sul, presidido por Aparecida Barreto, e tem como objetivo principal promover o debate sobre políticas públicas voltadas para o bem-estar e os direitos dos idosos.
“A nossa conferência é feita com os idosos e para os idosos. São eles que vão dizer o que precisa melhorar. Já recebemos propostas como a ampliação e reforma do Centro de Convivência do Idoso, melhorias no transporte público, mais vagas de estacionamento e outras necessidades cotidianas”, destacou Aparecida.
O evento, que reúne cerca de 200 participantes, é uma das etapas regionais de um processo que culminará na Conferência Estadual, programada para os dias 21 e 22 de agosto, e posteriormente na Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa. Todas as propostas apresentadas serão sistematizadas e encaminhadas para as etapas seguintes.
A vice-presidente do Conselho Estadual da Pessoa Idosa, Kelly Pessoa, que também atua na Coordenadoria de Atendimento aos Direitos Humanos (CADH), ressaltou que a iniciativa nasceu a partir de um diagnóstico encomendado pela secretária de Assistência Social do Estado, Mailsa de Assis, com o objetivo de mapear as políticas públicas voltadas à população idosa no Acre.
“A conferência só tem sentido se for construída com a presença da pessoa idosa. É ela quem vive a realidade e sabe onde estão os problemas. A partir desse diagnóstico, estamos revitalizando conselhos, criando novos onde ainda não existiam e buscando construir políticas eficazes”, afirmou Kelly.
Reivindicações e temas sensíveis
Dentre os assuntos debatidos durante a conferência, a alfabetização de idosos teve destaque. Segundo Kelly Pessoa, o Conselho Nacional da Pessoa Idosa já está em diálogo com o Ministério da Educação (MEC) para que o direito à alfabetização seja incluído como política pública específica, dentro do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), mas com foco exclusivo na pessoa idosa.
Outro ponto amplamente abordado foi o enfrentamento à violência contra a pessoa idosa, com ênfase na violência sentimental, como o abandono familiar, considerada uma das mais recorrentes no Acre. A proposta é formar uma rede de proteção em cada município para agir em casos de violência patrimonial, física ou abandono, com envolvimento direto do Ministério Público e dos órgãos locais de proteção.
“A família é a principal responsável pelo idoso, mas infelizmente temos muitos casos de abandono. A nível nacional, estamos propondo a criação de um ‘Conselho Tutelar do Idoso’, nos moldes do que existe para crianças e adolescentes. Seria um avanço para responsabilizar e proteger ainda mais esse público vulnerável”, explicou Kelly Pessoa.
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