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Delegado afirma que inquérito sobre caso Aurora está em fase final e aguarda laudos periciais

O delegado Vinícius Almeida, responsável pela investigação do caso envolvendo a recém-nascida Aurora, que sofreu queimaduras durante o banho na maternidade do município, informou nesta semana que o inquérito está praticamente concluído, restando apenas a chegada dos laudos periciais para que seja definida a tipificação legal da conduta da profissional de saúde envolvida.
A servidora da maternidade foi ouvida na última sexta-feira (14). Segundo seu depoimento, ela afirma ter seguido o procedimento correto, realizando o teste da temperatura da água no próprio pulso antes de iniciar o banho da criança. Ainda de acordo com ela, não houve qualquer alerta por parte das demais pessoas presentes no ambiente no momento do incidente.
“Ela alegou que testou a temperatura da água antes de colocá-la na banheira e que não foi alertada por ninguém sobre uma possível temperatura elevada”, explicou o delegado.
Entretanto, testemunhas ouvidas no curso da investigação prestaram versões contraditórias, afirmando que teriam sim alertado a profissional de que a água estava quente demais e que a criança chorava de forma intensa. O delegado ressaltou que essas contradições serão avaliadas junto aos elementos técnicos dos laudos para se definir se houve negligência, imperícia ou conduta criminosa.
Profissional tem mais de 10 anos de serviço
Segundo apurado pela Polícia Civil, a servidora envolvida atua na maternidade há mais de uma década e não possui histórico de má conduta profissional. Apesar do incidente, até o momento não há registros anteriores que comprometam sua reputação funcional.
Questionado sobre possíveis problemas psicológicos enfrentados pela servidora, o delegado afirmou não ter confirmação oficial sobre essa condição, mas destacou que, durante o depoimento, a profissional demonstrou estar visivelmente abalada emocionalmente com a repercussão do caso.
“Ela estava transtornada. Não acreditamos, até aqui, que houve qualquer intenção de causar sofrimento à criança. Se a perícia apontar que não há doença pré-existente, o que temos é uma situação de possível erro profissional, não de dolo”, afirmou o delegado.
Temor por segurança e denúncias de ameaças
O caso gerou grande comoção social, com forte repercussão nas redes sociais. De acordo com o delegado Vinícius, a profissional relatou estar com medo, inclusive temendo possíveis ameaças de integrantes de facções criminosas em razão da indignação popular diante do ocorrido.
“Ela manifestou esse temor, relatando que se sente insegura diante da comoção gerada. Mas essa parte de apuração de ameaças não cabe à nossa delegacia. Casos assim devem ser tratados pela Delegacia Geral”, completou.
Conclusão do inquérito e próximos passos
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), responsável pela condução do inquérito, agora aguarda os laudos técnicos e médicos, que irão esclarecer se houve responsabilidade direta da servidora pela queimadura sofrida pela criança. Com base nesses documentos, a autoridade policial poderá definir o enquadramento penal, se for o caso.
O caso Aurora mobilizou instituições e cidadãos em Cruzeiro do Sul, e a Polícia Civil reforça que o trabalho segue sendo feito com rigor, cautela e responsabilidade, respeitando o devido processo legal e os direitos de todas as partes envolvidas.
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