InícioACREImportados ficam mais caros no Acre e Correios amargam prejuízo bilionário; entenda

Importados ficam mais caros no Acre e Correios amargam prejuízo bilionário; entenda

A chamada “taxa das blusinhas”, imposto sobre importações de até 50 dólares, impactou fortemente os Correios em 2024 e também pesou no bolso dos consumidores acreanos. Um estudo da própria estatal aponta que a empresa deixou de arrecadar R$ 2,16 bilhões em decorrência da nova taxação, aprovada pelo Congresso Nacional em junho do ano passado. O prejuízo colocou os Correios entre as 10 estatais com maior déficit do governo Lula, com perdas superiores a R$ 3 bilhões em 2024.

A crise foi agravada pela perda de 37% da receita no segmento internacional, conforme estimativa da empresa. O presidente dos Correios, Fabiano Silva, destaca que a estatal também vem perdendo mercado para novas empresas que atuam no transporte e entrega de mercadorias vindas do exterior, especialmente da China — país que lidera o comércio eletrônico com o Brasil.

Dados da Receita Federal mostram que, no comparativo entre 2023 e 2024, o número de encomendas internacionais caiu 11%. Foram 187,1 milhões de pedidos contra 209,5 milhões no ano anterior. Apesar da queda no volume, o governo federal arrecadou R$ 800 milhões a mais com a nova taxação, um crescimento de 40,7%.

O Acre está entre os nove estados que reajustaram a alíquota do ICMS para produtos importados, tornando as compras internacionais ainda mais caras para os consumidores. O imposto estadual subiu de 17% para 20%, medida que passou a valer nesta semana. Além do Acre, também foram afetados Bahia, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Roraima.

Com a mudança, o custo final de produtos importados subiu. De acordo com o professor Claudio Felisoni, presidente do IBEVAR e docente da FIA Business School, um produto de R$ 100, com o imposto de importação de 20%, passa a custar R$ 120. Sobre esse valor, aplica-se o ICMS de 20% “por dentro”, o que eleva o preço final para R$ 150. Antes do reajuste, com o ICMS a 17%, o valor final seria de R$ 144,57 — ou seja, um aumento de cerca de 3,8%.

Especialistas apontam que, embora o volume tributado deva crescer em 2025, o aumento será menos expressivo devido à redução nas compras pelas plataformas internacionais, impulsionada justamente pelo encarecimento causado pelos novos tributos.

A elevação dos impostos e a queda na competitividade dos Correios preocupam consumidores e especialistas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde o acesso a produtos importados costuma ser mais limitado e mais dependente da atuação da estatal.

 

Por: ContilNet

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