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Mercado do Peixe de Cruzeiro do Sul amplia oferta de espécies do Rio Juruá e mantém estabilidade nos preços

O Mercado do Peixe de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, segue desempenhando um papel fundamental no abastecimento de pescado fresco para a população da região. Com a chegada de novas espécies oriundas do Rio Juruá e de igarapés próximos, os comerciantes têm conseguido manter a variedade e a regularidade na oferta, mesmo diante de desafios logísticos e da oscilação no volume de pesca.

Francisco Valdeci, presidente da Associação dos Vendedores de Peixe do mercado, informou que atualmente estão sendo comercializadas diversas espécies de peixes de rio, entre elas o tucunaré, o caroaçu, o jandiar lavrado, o surubim, o caparari e o dourado. Segundo ele, os estoques vêm sendo suficientes para atender à demanda da população local.

“Graças a Deus, estamos conseguindo atender o mercado com essas espécies que estão chegando do rio. Também temos, diariamente, o peixe da piscicultura, que complementa a oferta”, afirmou Valdeci.

Estabilidade nos preços

Um dos pontos positivos destacados pelo presidente da associação é a estabilidade nos preços do pescado, mesmo com o aumento de custos operacionais. O quilo do peixe de rio está sendo comercializado atualmente entre R\$ 25 e R\$ 28, dependendo da espécie, do grau de manipulação e do box de venda.

“Estamos fazendo esforço para não repassar aumentos ao consumidor. O mercado é livre, então cada box pratica o preço que considera justo, e o cliente pode pesquisar onde encontrar o melhor custo-benefício e atendimento”, explicou.

No caso dos peixes oriundos da piscicultura, os preços seguem na mesma faixa. No entanto, Valdeci ressalta que os custos de produção são maiores nesse segmento, o que dificulta quedas de preço, mesmo em períodos de maior oferta do pescado de rio.

 

Expectativa pela piracema

Com a aproximação da temporada de piracema — período em que os peixes sobem o rio para reprodução — há uma expectativa entre os comerciantes de que a oferta aumente e os preços possam, eventualmente, sofrer uma leve redução.

“Ainda não estamos com a piracema passando, mas acreditamos que em breve ela se intensifique. Com maior volume de peixe do rio, o preço pode cair um pouco mais”, disse o presidente.

Produção e consumo de gelo

Outro fator essencial para a manutenção da qualidade do pescado é o fornecimento de gelo. A fábrica que abastece o mercado enfrentou uma paralisação recente de dois dias, mas já voltou à normalidade. De acordo com Valdeci, a unidade tem capacidade para produzir até três toneladas de gelo por dia, funcionando em regime contínuo de 24 horas.

“Nos dias em que temos grande volume de peixe, o consumo pode ultrapassar quatro ou cinco toneladas. Quando isso acontece, precisamos recorrer a parceiros externos para complementar o fornecimento”, relatou.
Peixes de igarapé e do rio principal

Valdeci também destacou a diferença entre as origens dos peixes vendidos. Enquanto tucunaré, caroaçu e o chamado “peixe preto” são oriundos de igarapés, espécies como o surubim, o dourado e o jandiar lavrado vêm diretamente do Rio Juruá, representando o pescado mais tradicional da região.

A equivalência nos preços entre os peixes de cativeiro e os de origem natural reflete, segundo ele, uma realidade local, em que a oferta e a logística de transporte acabam nivelando os valores para o consumidor final.

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