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Justiça mantém prisão de acusada de matar jovem por ciúmes no AC e aguarda laudo de insanidade mental

Mais uma vez, a Justiça do Acre manteve a prisão preventiva da jovem Rayane da Costa Brilhante, de 20 anos, acusada de matar Edlyn Vitória da Silva Bezerra, de 18 anos, no dia 29 de maio deste ano. Ela está presa no Complexo Penitenciário de Rio Branco.

A decisão é do juiz Alesson Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar. Atualmente, o processo está suspenso aguardando o resultado do laudo de exame de insanidade mental, que foi autorizado pela Justiça em julho.

O crime ocorreu após uma discussão, no Bairro Canaã, Segundo Distrito de Rio Branco, em uma chácara na Avenida Amadeo Barbosa. Davi Ribeiro Bessa, de 25 anos, que era companheiro da acusada, e outra jovem, Laísa Ingrid Oliveira da Silva, de 22 anos, também ficaram feridos na ação.

A Justiça, inicialmente, deu um prazo de 45 dias para conclusão do laudo pelo Instituto Médico Legal. No entanto, segundo o advogado de Rayane, Wandik Rodrigues Sousa, ela ainda não passou pela perícia, que está marcada para ocorrer este mês de outubro.

g1 entrou em contato com o diretor do Departamento de Polícia Técnico-Científica, Pedro Gustavo para saber o motivo da demora e aguarda resposta.

Ainda conforme a defesa, a jovem está sendo acompanhada por psiquiatra dentro do presídio. O advogado acredita que o laudo vai confirmar a insanidade mental e, caso isso ocorra, ela não deve passar por júri popular.

“A perícia ainda vai ser realizada neste mês. Infelizmente, a gente depende dos órgãos públicos para resolver isso, por mais que eu instigasse por conta da demora, a gente depende dos peritos. Essa perícia vai ter que ser feita com três peritos, então por conta disso houve essa demora. Ela está tendo acompanhamento psiquiátrico. Se for favorável, ela não vai a júri e vai ficar em tratamento por um determinado período para posteriormente saber se pode estar junto à sociedade”, disse o advogado.

Denúncia

 

Conforme a denúncia do Ministério Público, Rayane convivia maritalmente com Davi, que no dia do crime tinha saído de casa para ir à uma festa e ela não gostou da situação. A jovem então foi ao local e passou a atacar a golpes de faca as duas meninas que estavam com ele e, por fim, o próprio companheiro.

Edlyn ainda chegou a ser socorrida e levada à Upa do 2º Distrito, mas não resistiu e morreu na unidade. A outra jovem atacada levou, segundo o MP-AC, ao menos cinco facadas, sendo uma delas no peito. A motivação teria sido ciúmes.

Surto psicótico

 

Em depoimento, a acusada de homicídio e duas tentativas de homicídio afirmou que estava em surto psicótico e que não lembrava de ter matado Edlyn e ferido os outros dois jovens.

Por isso, a defesa da jovem entrou com um pedido, no dia 16 de junho, para que fosse instaurado o incidente de insanidade mental. No documento, a defesa alega que familiares de Rayane informaram que ela, na infância, apresentava confusões mentais e quadro de depressão e que inclusive teria tentado tirar a própria vida.

Foi feito então o requerimento para que ela passe por avaliação por uma junta médica, e que seja feito exame de insanidade mental.

O MP-AC se manifestou favorável ao pedido da defesa e a Justiça determinou a abertura do procedimento para saber se a jovem era “inteiramente ou relativamente incapaz” de entender o que estava fazendo no dia do crime.

‘Inconsolável’

 

Ediane Moreno, que é tia da vítima, conversou com o g1 logo após o crime e contou que Edlyn deixou um filho de dois anos e começaria a cursar a faculdade de pedagogia. Ela foi à festa dizendo que seria uma despedida porque se dedicaria aos estudos, mas teve os planos interrompidos.

“Não conhecia essa moça, só o rapaz que era amigo dela, e ele sempre chamava ela para sair, a outra moça também era amiga dele. Ela disse que nesse final de semana ia se divertir, porque depois não teria mais tempo porque ia se dedicar aos estudos. Ia seguir a mesma profissão do pai dela. Todo mundo foi pego de surpresa”, lamentou a tia.

POR G1-AC

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