Mais de 90% das madeireiras do Acre estão com as atividades suspensas após uma ordem de bloqueio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Esse bloqueio ocorre em todos os estados brasileiros e, segundo o instituto, o objetivo é de apurar supostas irregularidades no setor.
A Federação das Indústrias do Acre (Fieac) questiona o bloqueio. Durante a semana, a Fieac e o Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias, Madeiras Compensadas e Laminados, Aglomerados e Chapas de Madeiras do Estado (Sindusmad-AC) se reuniram para debater os impactos e o que pode ser feito para não ajudar os empresários.
Segundo os representantes, o bloqueio foi feito junto ao Sistema do Documento de Origem Florestal (DOF) sem aviso prévio e esclarecimentos sobre a motivação. O presidente da Fieac, José Adriano, falou com a Rede Amazônica sobre os prejuízos que o bloqueio pode causar e a falta de diálogo com o instituto.
“O que deixou a gente surpreso é que dentro desse formato cautelar, acho que não precisaria ser dessa forma, sem qualquer esclarecimento. A gente buscou tirar as dúvidas com o Ibama local”, criticou.
O Ibama informou que vai se posicionar sobre o bloqueio por meio de nota ainda nesta quinta-feira (6).
Exportações
O setor madeireiro está entre os primeiros na economia do estado acreano. No ano passado, madeira e derivados ficaram em segundo lugar nas exportações do estado, configurando 32,3% de tudo que foi exportado.
A Fieac destaca que a paralisação das atividades causa prejuízos também para outros setores como o cerâmica e a construção civil.
“As serrarias aproveitam grande parte desses materiais para subsidiar outros segmentos, outros setores. Estamos falando da parte de consumo interno dessa madeira para construção civil, da lenha que vai para os fornos do setor de panificação, estamos falando dos frigoríficos que ainda trabalham com o uso de lenha”, lamentou.
Todas as atividades das madeireiras seguem suspensas até que uma análise seja feita em um prazo de até 30 dias. O presidente da Fieac afirmou ainda que enviou um ofício ao Ibama solicitando informações sobre o bloqueio e pediu uma audiência com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
“Estaremos com a ministra do Meio Ambiente na próxima semana para que a gente deixe muito claro que cabe a quem acusa o ônus da prova, mas o setor em si está disponível, sempre esteve, os órgãos de fiscalização porque é um mérito para esse setor trabalhar de forma regular”, destacou.
Por: G1 Acre