O autismo é um transtorno de desenvolvimento, que causa problemas na linguagem, dificuldades de comunicação, interação social e comportamento das pessoas. É uma realidade que requer, de toda a sociedade, uma visão mais humana sobre as formas de lidar com esse mundo tão singular.
Em 2013, o autismo recebeu uma nova nomenclatura, que passou a se chamar Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o 2 de abril como dia mundial do autismo, como forma de acelerar os debates sobre o transtorno do neurodesenvolvimento, ajudando a derrubar os preconceitos sobre essa realidade.
Atualmente, essa condição atinge 1 em cada 160 crianças no mundo e 2 milhões de pessoas só no Brasil.
Essa é uma realidade que, de fato, precisa ser mais pensada e assistidas por amplas políticas públicas. Mas, na contramão disso, grupos sociais criam iniciativas visando abraçar o público autista em todo país. No Acre, um belo exemplo disso é dado pelo grupo Anjos do Asfalto que realizou, entre os dias 07.04 e 10.04, nas cidades acreanas de Cruzeiro do Sul, Rio Branco e Epitaciolândia, a primeira corrida em alusão ao autista.
Boa parte dos integrantes é formada por pessoas que dão exemplo de superação a dificuldades impostas pela vida. A presidente do grupo, Sara Souza, diz que o propósito maior da equipe é propagar informações sobre o autismo.
“Nós somos corredores com propósito. Visamos abraçar essas pessoas tão esquecidas pela sociedade, pois são desconhecidos da maioria por falta de informação. A maioria dos integrantes do grupo conhecem o autismo ou, quando não, passam a ficar cientes dessa realidade e abraçam a causa. Além disso, temos também a intenção de colocar entre nós pessoas com sedentarismo, depressão e obesidade, para que passem a realizar corridas de rua. Nós temos exemplos, em nosso meio, de vidas que já superaram essas dificuldades”, argumenta Sara Souza.
O coordenador da equipe em Cruzeiro do Sul, Edney Costa, relata que atividade foi realizada com um pequeno número de pessoas em decorrência da pandemia e que, além de estimular pessoas a realizarem exercícios físicos, o Anjos do Asfalto também leva solidariedade a desassistidos de regiões acreanas. “O nosso grupo realiza várias ações, como doações de sacolões a integrantes da equipe ou a pessoas da sociedade, quando temos o conhecimento que passam necessidade, como fizemos nas recentes enchentes, que deixaram várias famílias em situação de vulnerabilidade”, enfatizou.
O coordenador convoca outros autistas e seus familiares a aderir a ideia: “Todos os pais e familiares de autistas nos procurem para que possamos criar outros eventos, quando a pandemia passar, pois a nossa intenção é que a corrida para esse público se torne parte da nossa agenda todos os anos”.
