O delegado da PF (Polícia Federal) Fabrizio Galli disse que o influenciador fitness Renato Cariani e seus sócios tinham “conhecimento pleno” do desvio de produtos químicos para a produção de crack.
O que aconteceu
Galli disse que não havia uma “cegueira deliberada” sobre os desvios, em entrevista à GloboNews. “Os sócios tinham conhecimento pleno do desvio de produtos químicos. Há diversas informações bem robustas nas investigações que determinam a participação de todos eles de maneira consciente. Não há uma ‘cegueira deliberada’ em relação a outros funcionários. Eles tinham conhecimento daquilo que estava acontecendo dentro da empresa”.
A droga produzida seria distribuída para os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, segundo o delegado.
Cariani foi notificado hoje das investigações, e deve se apresentar à PF para prestar esclarecimentos. “Todos os envolvidos e que sofreram busca e apreensão hoje serão ouvidos na PF. O material apreendido será analisado, e vamos solicitar as próximas medidas ao Judiciário assim que tivermos as informações feitas”, disse Galli.
‘Surpresa’
Mais cedo, Renato Cariani se posicionou após ser alvo de busca e apreensão. “Para mim, para a minha sócia e para todas as pessoas, foi uma surpresa”, afirmou Cariani em um vídeo publicado no Instagram.
O influenciador havia dito que ainda não teve acesso à investigação porque o processo está sob segredo de Justiça. “Os meus advogados agora vão dar a entrada pedindo para ver esse processo, e aí sim eu vou entender o que consta nessa investigação”.
“É uma empresa com sede própria, que tem todas as licenças, todas as certificações nacionais e internacionais, uma empresa que trabalha totalmente regulada”, argumentou o influenciador.
Entenda a operação
Segundo a PF, o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando “laranjas” para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais.
A Anidrol, empresa do que Renato Cariani é sócio, foi alvo de busca e apreensão de policiais federais. A indústria farmacêutica é sediada em Diadema, na região metropolitana de São Paulo.
O Ministério Público pediu a prisão de Renato Cariani, mas a Justiça negou.
No total, foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação da organização criminosa. São aproximadamente 12 toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila), o que corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo, segundo a PF.
Por: UOL