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Safra da laranja aquece comércio no Mercado Beira Rio em Cruzeiro do Sul

Comerciante relata expectativa positiva para a colheita de 2025, que já movimenta o centro popular da cidade com laranjas frescas e acessíveis

 

Com a chegada da safra da laranja em Cruzeiro do Sul, no Acre, o tradicional Mercado Beira Rio voltou a ganhar vida com bancas coloridas e o cheiro cítrico das frutas recém-chegadas das plantações da região. Para comerciantes como Edmílson Gomes, mais conhecido como “Nego”, o início da colheita representa um novo fôlego financeiro e esperança de bons lucros nos próximos meses.

Preço mais baixo e laranja acessível para todos os bolsos

Segundo Edmílson, a expectativa é de que a safra seja das melhores dos últimos tempos. Ele explica que, neste início de temporada, o preço da laranja para os revendedores caiu:

Edimilson Gomes ( vendendor) Foto: Clebson Santos

“Antes a gente comprava o cento por até R$ 75, mas agora já tá saindo a R$ 55 ou R$ 60. Aí a gente consegue fazer o cento por R$ 70 para o cliente que leva mais, ou R$ 1 a unidade, descascada e geladinha.”

Além disso, o meio cento é vendido a R$ 40, e, dependendo da negociação, o cliente ainda leva um bônus. “Tudo depende da conversa e da quantidade. A ideia é girar a mercadoria e agradar quem compra”, diz.

Safra antecipada pode comprometer a qualidade e duração

Apesar do otimismo, Edmílson chama atenção para um problema comum na região: a colheita antecipada. “O pessoal começa a tirar a fruta ainda verde, e aí ela demora pra amadurecer mesmo fora do pé. Tenho laranja aqui que já está há mais de uma semana e ainda tá verde”, lamenta. Segundo ele, se respeitassem o tempo certo da colheita, a safra poderia durar até julho com mais qualidade.

Mesmo assim, ele afirma que já estão chegando laranjas mais maduras e saborosas. “Agora tá começando a aparecer umas docinhas. No começo, a gente brinca que parece limão, mas já tem coisa boa por aqui”, garante, sorrindo enquanto descasca uma das frutas para um cliente.

Beira Rio: mais que um mercado, um símbolo de resistência

O Mercado Beira Rio é muito mais que um espaço de vendas: é um dos pontos mais tradicionais de Cruzeiro do Sul, onde pequenos comerciantes mantêm viva a economia popular da cidade. Edmílson, que há anos mantém sua barraca ali, reforça o papel social do lugar: “Aqui é onde a gente batalha todo dia. A laranja vem com vitamina, sim, mas também com renda, dignidade e esperança.”

A previsão é de que a movimentação siga intensa nas próximas semanas, com a chegada de mais frutas e a ampliação da oferta. Até lá, vendedores como Edmílson seguem firmes, com sorriso no rosto e disposição para garantir que nenhum cliente saia sem provar uma laranja fresquinha — e gelada.

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