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De frente com a fera: guia fica a menos de 3 metros de onça-pintada; veja vídeo

O vídeo ganhou as redes sociais e foi replicado como se fosse feito em Tocantins, Mato Grosso, Goiás e outros estados. Porém, o verdadeiro dono do flagrante é o guia de campo Fagner Almeida, que fez o registro em Miranda (MS)

CLIQUE AQUI para ver o vídeo.

O sol tinha acabado de raiar. São nas primeiras horas do dia que as chances de ver uma onça-pintada aumentam. Mesmo habituado com o dia a dia dos felinos no Pantanal, Fagner Almeida, de 22 anos, nunca tinha ficado tão próximo de uma onça. Um dos flagrantes feitos pelo guia de campo ganhou as redes sociais e mostra o pantaneiro a cerca de 3 metros do animal. Assista ao vídeo acima.

Logo após o encontro, Fagner correu para as redes sociais e postou o registro. Pelo vídeo é possível ver que há um carro parado em uma estrada de chão batido e, no horizonte, uma grande onça-pintada se aproximando.

“Fiquei tranquilo! Essa onça já é conhecida por nós, guias, é uma onça super tranquila aos carros de safari, porém não deixam de ser selvagens. Foi um momento inesquecível, até então não tinha chegado tão perto de uma onça. A onça passou a mais ou menos três metros do carro”, detalha Fagner.

Fagner trabalha no Caiman, onde é guia de campo do passeio que leva turistas para ficarem bem próximos das onças-pintadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul. O guia explicou que a onça que aparece no vídeo já é a Acerola, felino que foi adotado pelo jogador da seleção brasileira Richarlison, antes do atleta ir à Copa do Qatar. Veja o vídeo abaixo.

O vídeo feito pelo Fagner repercutiu muito nas redes sociais. Alguns boatos apontavam que a onça foi flagrada em Tocantins, outros em Mato Grosso e questionaram até que se fosse em Goiás. Entretanto, o vídeo foi feito no Pantanal de Mato Grosso do Sul, em Miranda (MS). “Várias páginas estão usando o meu vídeo pra passar fake news, peço quem antes de publicar algo procurar a origem correta do vídeo”.

Junto a Fagner, um guia bilíngue e duas turistas acompanhavam o passeio. O guia não esconde a felicidade de ter ficado tão próximo do felino. “Fiquei muito feliz por ver uma onça a três metros de distância de mim. A onça é monitorado pelo projeto de conservação de onça pintada o Onçafari que tem base aqui na Caiman”, relembra o guia de campo.

Mesmo sendo um animal habituado com os carros de safari, o perigo existe. Fagner diz que o respeito ao espaço entre animal e humanos é fundamental durante todo o passeio.

“Eu vi algo estranho deitado na estrada e fui me aproximando até ver que se tratava do Acerola, uma onça super querida por nós aqui na Caiman. Desliguei o carro em uma distância segura, respeitando a onça. Ficamos observando a onça. A onça se levantou, começou a caminhar em nossa direção e passou próximo ao carro de safari”.

Onçafari

 

Acerola, onça adotada por Richarlison.  — Foto: Edu Fragoso/Reprodução
Acerola, onça adotada por Richarlison. — Foto: Edu Fragoso/Reprodução

O Onçafari é uma Organização Não Governamental (ONG) que atua basicamente em seis frentes de trabalho: Ecoturismo, Ciência, Reintrodução, Social, Educação e Florestas. O jogador da seleção brasileiro Richarlison vivenciou parte da frente de Ecoturismo da instituição.

Uma das principais ações do Onçafari é habituar animais, como a onça-pintada e o lobo-guará, à presença de veículos. À medida que os animais se acostumam com a presença dos carros de safári, deixam de encará-los como uma ameaça e ficam mais à vontade, o que facilita o desenvolvimento do ecoturismo na região.

Para a ONG, os encontros com os animais silvestres fazem com que as pessoas aprendam mais sobre as espécies, assim, as envolvendo no processo de conservação da fauna pantaneira.

Fazer com que os animais não se sintam ameaçados pelos visitantes faz parte da prática de habituação utilizada pela ONG.

“A habituação é uma técnica importada da África do Sul, utilizada há décadas no ecoturismo da região. Trata-se de uma interação neutra entre ser humano e animal, na qual a aproximação não gera nem malefícios nem benefícios”, explica a instituição.

“‘Habituar animais’ não significa domesticá-los, e sim mantê-los totalmente selvagens e livres, mas sem que se sintam ameaçados pela presença de veículos”, deixam frisado na apresentação do atrativo turístico.

Por: G1

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